“Foi uma tentativa de homicídio”, diz soldador após ser atropelado por empresário

(Foto: Reprodução/TV Norte Amazonas)
Um soldador identificado como Antônio Silva, de 48 anos, denuncia ter sido ameaçado e atropelado por um empresário após cobrar o pagamento de um serviço prestado em uma obra localizada na Avenida Tefé, bairro Japiim, Zona Sul de Manaus. O caso ocorreu na noite do último sábado (26/7), por volta das 18h, e foi registrado no 14º Distrito Integrado de Polícia (DIP).
Segundo Antônio, ele foi contratado informalmente por Euden da Rocha Lima, supostamente para instalar uma estrutura metálica em um terreno onde será construído um supermercado. O acordo foi feito verbalmente, em regime de empreitada, com valor superior a R$ 3 mil. O soldador afirma ter recebido apenas R$ 1.200 por um serviço anterior e nada pelo trabalho recente.
“Primeiramente quero agradecer a Deus por esse livramento. Ele foi até o meu ramal me ameaçar, me intimidar. Agora estou com as pernas machucadas e preciso receber meus direitos. Já estou trabalhando há dois anos com esse homem, e ele sempre tenta me enrolar nos pagamentos”, disse o soldador em entrevista à TV Norte Amazonas.
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Tentativa de homicídio gravada em vídeo
Um vídeo gravado pela própria vítima mostra o momento em que o empresário avança com seu carro modelo S10, de cor prata, contra o trabalhador, que tenta se proteger atrás de uma carga de areia. “Ele só não me matou porque tinha uma carrada de areia na frente. Isso foi uma tentativa de homicídio”, afirmou Antônio, que sofreu ferimentos nas pernas.
Ainda de acordo com o soldador, o empresário teria dito:
“Na minha casa quem manda sou eu. Ou você se retira ou a bala vai te comer”.
Antônio afirma que Euden chegou a entrar no carro para pegar uma arma, momento em que ele começou a filmar.
Versão do empresário
Euden da Rocha Lima negou qualquer intenção de matar ou ferir o trabalhador. Ele afirmou que o local era pequeno, e que apenas tentou sair da situação.
“Jamais tive a intenção de machucá-lo. Não tenho essa índole, graças a Deus. Tanto é que ele não teve nenhum machucado grave”, declarou.
O empresário também negou as acusações de ameaça com arma e disse que o soldador precisa provar o que está dizendo. Segundo Euden, o trabalhador ainda teria serviços a concluir, motivo pelo qual o restante do pagamento não foi feito.
“Ele colocou uma moto na frente do carro. Eu liguei para a polícia. Fiz o pagamento de R$ 1.200, já paguei o auxiliar, e ele ainda tem que terminar o serviço. Vi o vídeo, e naquele momento, sair dali era a única saída”, alegou.
Providências e investigação
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. A vítima apresentou boletim de ocorrência e laudo de lesão corporal. O vídeo do atropelamento, que já circula nas redes sociais, deve ser usado como prova da tentativa de homicídio.
Enquanto isso, o soldador afirma estar com medo, mas pede justiça:
“Sou só um cidadão trabalhador. Ele tenta me calar com medo, mas eu só quero o que é meu. Não vou me esconder.”
