Polícia Federal desarticula esquema bilionário de fraude contra contribuintes no AM

Foto: Divulgação
Uma operação de fraude fiscal que funcionava como uma verdadeira “Receita Federal Paralela” foi desarticulada pela Polícia Federal e pela Receita Federal na manhã desta quarta-feira (10). A ação, batizada de “Operação Quimera Fiscal”, identificou um esquema nacional que já gerou prejuízos superiores a R$ 244 milhões, com alvos também no Amazonas.
O nome da operação remete à criatura mitológica “Quimera”, simbolizando a natureza ilusória do esquema, que combinava documentos verdadeiros e falsos para simular legalidade.
Como funcionava a fraude
A falsa consultoria oferecia a contribuintes, pessoas físicas e jurídicas, soluções “milagrosas” para reduzir dívidas tributárias. Para dar credibilidade ao golpe, os criminosos utilizavam números de processos judiciais reais e criavam Guias de Recolhimento da União (GRUs) falsas, com valores ínfimos.
Em seguida, transmitiam declarações fraudulentas de compensação tributária (DCOMP) para a Receita, extinguindo créditos que, na prática, não existiam. Pelo serviço, cobravam até 70% do valor do tributo supostamente “economizado”.
O lucro obtido era lavado por meio da compra de imóveis de luxo no Brasil e no exterior, registrados em nome de empresas patrimoniais e laranjas.
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Embora os mandados de busca e apreensão tenham sido cumpridos em São Paulo e Porto Alegre, a investigação revelou a participação de 187 contribuintes, distribuídos em 65 cidades de 14 estados, incluindo o Amazonas.
No estado, pessoas físicas e empresas que recorreram ao esquema podem ser responsabilizadas. Além de responderem a processos por crimes contra a ordem tributária, os envolvidos estarão sujeitos ao pagamento das dívidas com multas pesadas.
Alerta da Receita Federal
A Receita reforça que propostas de “economia milagrosa” em tributos quase sempre configuram fraude. Contribuintes que tenham recebido ofertas semelhantes, principalmente envolvendo a compra e venda de créditos para quitar tributos federais, devem recusar e denunciar pelos canais oficiais, como o Fala.BR.
A Operação Quimera Fiscal segue em andamento, com análises de documentos e bloqueio de bens para tentar recuperar parte do prejuízo causado aos cofres públicos.
