Médica é indiciada por homicídio culposo em morte de defensora após colocação de DIU

(Foto: Reprodução)
A Polícia Civil de Roraima (PCRR) indiciou a médica Mayra Suzanne Garcia Valladão, de 35 anos (à direita na foto), por homicídio culposo, suspeita de negligência e imperícia no procedimento que resultou na morte da defensora pública Geana Aline de Souza Oliveira, 39 (à esquerda). A informação foi confirmada nesta segunda-feira (24/11), após a conclusão do inquérito conduzido pelo 1º Distrito Policial.
Geana Aline morreu em 23 de março, após desenvolver uma infecção generalizada decorrente de complicações na tentativa de inserção de um dispositivo intrauterino (DIU), realizada no consultório da médica.
De acordo com a delegada Jéssica Muniz Abrantes, responsável pelo caso, a investigação envolveu perícias, oitivas de testemunhas e análise de prontuários médicos. Ela destacou que, ao contrário do que chegou a ser ventilado à época da morte, não há qualquer indício de gravidez ou aborto, hipóteses afastadas por exames laboratoriais e laudos técnicos.
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Os laudos apontaram que a defensora pública foi acometida por uma infecção pélvica grave, seguida de necrose dos órgãos reprodutivos e choque séptico, quadro que culminou na morte.
Após a repercussão do caso, a médica se manifestou nas redes sociais alegando que o óbito de Geana “não tinha relação com os atendimentos médicos realizados” e afirmando ter prestado toda a assistência necessária à paciente.
Irregularidades no consultório
No dia 28 de março, o consultório de Mayra passou por uma inspeção sanitária, com participação das vigilâncias sanitárias municipal e estadual. O relatório dessa visita foi considerado fundamental para o indiciamento.
Segundo a Polícia Civil, a fiscalização constatou falhas graves de esterilização, além do uso de material de reuso, manipulado por pessoas sem qualificação técnica para o procedimento.
Ainda conforme a delegada, mesmo após a paciente retornar ao consultório em estado debilitado e com presença de líquido abdominal, não houve emissão de encaminhamento formal para atendimento de urgência em hospital, o que, para a investigação, reforça o quadro de negligência.
Com base no conjunto probatório, a PCRR concluiu que houve negligência e imperícia no atendimento prestado à defensora pública. O indiciamento por homicídio culposo foi encaminhado ao Ministério Público de Roraima, que deverá analisar o caso e decidir sobre o oferecimento de denúncia à Justiça.
*Com informações de Metrópoles.






