O estudante de educação física, Gabriel Ketzel da Silva, foi preso na manhã desta terça-feira (29/04) durante a Operação Hipócrates. Ele é acusado de exercício ilegal da medicina, por atuação como ortopedista, clínico geral e pediatra, com atendimento a crianças em situação de vulnerabilidade.
O falso médico foi preso no bairro Parque 10, zona Sul de Manaus, na casa de um amigo. De acordo com as investigações, ele é suspeito de atender em hospitais públicos e particulares da capital.
Segundo com o delegado Cícero Túlio, titular do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), as investigações duraram cerca de 30 dias após uma denúncia anônima informar sobre os atendimentos clandestinos do suspeito em unidades de urgência e emergência.
“A partir da análise das redes sociais do próprio investigado coletar informações valiosas que identificaram, inclusive, alguns pacientes que ele atendeu no curso dessa empreitada criminosa. Conseguimos contatar então esses pacientes, que confirmaram que teriam sido aí atendidos e levado seus filhos para serem atendidos por esse falso médico”, explicou Cícero Túlio.
Veja o vídeo;
Falso médico que atendia crianças em hospitais públicos e particulares é preso em Manaus pic.twitter.com/LJ6aiBuwu4
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) April 29, 2025
Leia mais
Senador quer criar lista para impedir criminosos de embarcar em voos; entenda o projeto
Suspeito de sequestrar mulher no Manauara Shopping é preso em Manaus
Pedido de prisão
Após confirmar a atuação ilegal de Gabriel, a Polícia Civil pediu à Justiça do Amazonas pela prisão preventiva, além de mandados de busca e apreensão na casa dele, em uma clínica onde trabalhava e também em uma fundação onde o estudante atuava como médico voluntário.
Conforme as investigações, o falso médico atuava há pelo menos 2 anos e se identificava como pediatra, ortopedista e clínico geral. O estudante aproveitava o trabalho na fundação para abordar as famílias em situação de vulnerabilidade e oferecer os atendimentos de saúde.
Fraude de plantões
O titular do 1º DIP informou que as investigações vão continuar para identificar o envolvimento de médicos e outros profissionais da área da saúde em um esquema de fraude de plantões em que cobrava para trabalhar no lugar de outros médicos.
“A gente acredita que tenha a participação de outras pessoas, principalmente eventuais médicos que tivessem conhecimento da inabilidade técnica desse suspeito e permitiam que ele tirasse esses plantões”, disse o delegado.
Prisão
Durante a prisão de Gabriel Ketzer, a polícia apreendeu crachás falsos, uniformes usados em plantões, carimbos em nome de outros médicos, além de uma arma falsa e um distintivo das Forças Armadas.
Em 2020, Gabriel foi preso ao se passar por um tenente do Exército.
