A noite desta quinta-feira (22/5) foi marcada por diversos capítulos sangrentos da violência que envolve disputas de facções em Manaus. Um homem conhecido apenas pelo apelido “Neguinho” foi executado a tiros na rua Galileia, na comunidade Nossa Senhora de Fátima 1, bairro Cidade Nova, zona Norte da capital. Este foi o terceiro assassinato registrado na mesma localidade em menos de 24 horas.
De acordo com informações repassadas pela Polícia Militar, o corpo de “Neguinho” foi localizado por volta das 19h por moradores da região, próximo a um muro com pichações associadas a uma facção criminosa. A vítima seria usuária de drogas e foi morta a tiros por suspeitos que fugiram do local após o crime.
Poucas horas antes, na mesma rua, um casal identificado como Marcilene e Nerisson foi encontrado morto, com sinais evidentes de tortura. As vítimas estavam com mãos e pés amarrados, e seus corpos foram abandonados no meio da via. A principal suspeita é de que eles tenham sido executados por envolvimento na morte do jogador Ezequias Júnior Vieira, de 19 anos, ocorrida na noite de quarta-feira (21), no bairro Distrito Industrial.
Vingança e facções
As investigações apontam que o casal teria participado do assassinato de Ezequias, que jogava pelo Fast Clube e já havia defendido o Manaus FC. O atleta foi baleado após um desentendimento com um homem que teria assediado uma mulher durante uma partida de futebol. O suspeito teria ido armado atrás do jogador, seguido por uma mulher, e continuado a atirar mesmo durante o socorro da vítima, que não resistiu aos ferimentos.
Segundo a polícia, uma facção criminosa da zona norte teria ordenado a morte do casal, em retaliação ao crime contra o jogador. A filha dos dois foi abandonada no bairro Grande Vitória, na zona Leste, antes das execuções.
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A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) trabalha com a hipótese de que todos os assassinatos desta quinta-feira estejam interligados. A principal linha de investigação aponta para uma possível “queima de arquivo” comandada por facções como o Comando Vermelho (CV) ou o Primeiro Comando da Capital (PCC), que disputam o controle do tráfico de drogas naquela região.
Equipes do Departamento Técnico-Científico (DPTC) e do Instituto Médico Legal (IML) estiveram no local para os procedimentos de praxe. Até o momento, nenhum suspeito foi preso.
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