
Empresário que matou gari escreve carta para advogados direto da penitenciária em BH: “Foi um acidente”
Renê Júnior, de 47 anos, empresário que matou o gari Laudemir Fernandes, de 44, escreveu uma carta nessa segunda-feira (25/8) aos novos advogados. No texto, ele afirma que o caso foi um “acidente”.
“Reforço a necessidade de que meus advogados trabalhem em parceria. O que aconteceu foi um acidente”, escreveu ele, direto da Penitenciária de Caeté, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), onde está preso após o assassinato.
Na última semana, após o empresário confessar o crime, a então defesa dele deixou o caso. Atualmente, após a contratação de um novo defensor, ele afirma que houve um “mal-entendido”.
“Me sinto bem representado pelo Dr. Dracon como pelo Dr. Bruno Rodrigo. Tenho certeza que resolveremos esse mal-entendido”, detalhou ele na carta.
Com este, três advogados já passaram pelo caso.
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Relembre o caso
Segundo o boletim de ocorrência, a morte do gari ocorreu após uma briga de trânsito. Laudemir e outros garis recolhiam resíduos quando o empresário passou de carro e pediu que o caminhão fosse retirado da via para que pudesse passar com o veículo elétrico dele.
Após uma discussão, René teria ameaçado “atirar na cara” da motorista do caminhão de lixo, segundo testemunhas relataram aos policiais. Laudemir e outros garis saíram em defesa da colega de trabalho, quando o motorista pegou a arma e efetuou o disparo que atingiu a vítima na região torácica. Laudemir ainda chegou a ser socorrido, mas não resistiu ao ferimento.
Ainda segundo testemunhas, o empresário teria fugido do local. A prisão ocorreu na tarde de segunda-feira, horas depois do crime, após a Polícia Civil identificar o empresário como o autor do crime. Os agentes chegaram a montar um cerco no perímetro da academia para evitar a fuga do suspeito.
Empresário confessa o crime
Em seu depoimento à polícia, o empresário confessou que estava com a arma da esposa, a delegada Ana Paula Balbino Nogueira, da Polícia Civil de Minas Gerais. Ele, porém, negou ter cometido o crime. A Corregedoria da Polícia Civil já informou que vai investigar se houve omissão de cautela da delegada no caso.
Durante a madrugada, René foi autuado por homicídio qualificado e deixou a delegacia algemado.
Sobre René
Nas redes sociais, René se descrevia como “cristão, esposo, pai e patriota”. A polícia não informou se o empresário possui autorização para porte e posse de arma de fogo.
A Prefeitura de Belo Horizonte informou que Laudemir trabalhava para uma empresa terceirizada e que está prestando apoio à família. A empresa, por sua vez, lamentou o ocorrido.
*com informações do Metrópoles e UOL
