Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (16/4), na sede da Delegacia Geral da Polícia Civil do Amazonas, o secretário de Estado de Segurança Pública do Amazonas, Coronel Vinícius Almeida, se pronunciou sobre os desdobramentos da Operação Indecoris, que investiga casos de extorsão cometidos por policiais militares. Com uma fala firme e repleta de declarações incisivas, o comandante defendeu a postura de tolerância zero contra qualquer tipo de desvio de conduta dentro das forças de segurança.
“Fiz questão de abrir essa coletiva porque é o seguinte: nessa ação, belíssima ação, diga-se por sinal, iniciada primeiramente com a ação da ROCAM, em que prendeu um policial militar que estava extorquindo pessoas na sociedade, e desdobraram essa operação, levando à prisão de um segundo policial militar”, declarou Coronel Vinícius logo no início da coletiva.
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A operação teve origem em uma investigação da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (ROCAM), que, há cerca de duas semanas, identificou um policial militar envolvido em práticas de extorsão. A corporação, segundo o comandante, agiu de forma rápida e decisiva.
“Parabenizo, primeiro, a ação da própria Polícia Militar, porque quando identificou, mais ou menos, 15 dias atrás, esse delito, não titubeou um minuto em ir lá e prender o policial militar”, afirmou, destacando a prontidão da equipe em responder à denúncia.
A operação foi ampliada com a atuação da Polícia Civil, que aprofundou as investigações e realizou a prisão de um segundo agente, também integrante da Polícia Militar, suspeito de participação nos crimes. O nome da operação, Indecoris, faz referência direta à quebra de decoro e aos comportamentos incompatíveis com a função pública que os policiais investigados teriam adotado.

Durante sua fala, o secretário de Segurança Pública reforçou o compromisso da segurança pública estadual com a ética, a legalidade e a transparência.
“Eu venho aqui, por isso, abrindo a coletiva para deixar muito claro que nós do sistema de segurança não temos problema nenhum em cortar a própria carne. Policial militar, policial civil, ele é pago para servir ao povo, não para fazer outras coisas como extorsão, como crimes”, enfatizou.
Ele também exaltou o papel da Polícia Civil no desenrolar da operação. “Depois, o belíssimo trabalho da nossa Polícia Civil, que desdobrou essa operação, e aqui eles vão detalhar como é que foi desde o início até a prisão do segundo policial e o que vai acontecer ainda para frente”, completou.
A fala do secretário de Segurança Pública acontece em um momento de crescente preocupação da sociedade com a conduta de agentes públicos, especialmente aqueles ligados à segurança. O gesto de abrir a coletiva pessoalmente e dar transparência à ação foi interpretado como um sinal de que não haverá conivência com irregularidades dentro da estrutura policial do estado.
Coronel Vinícius finalizou reiterando que todos os envolvidos responderão judicial e administrativamente, e que as investigações continuam. “Quem mancha a farda não representa os valores da corporação”, teria afirmado a portas fechadas, segundo fontes da segurança pública.
A expectativa agora é que a operação tenha novos desdobramentos nas próximas semanas. A Corregedoria-Geral da PM e a Delegacia de Combate à Corrupção seguem apurando a possível participação de outros agentes. O Governo do Estado, até o momento, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
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