Betina Grusiecki, de 28 anos, ex-companheira do deputado federal Carlos Alberto da Cunha, conhecido como Delegado da Cunha (PP-SP), divulgou vídeo inédito de agressão sofrida por ela, no qual o deputado profere insultos e ameaças contra a mulher. O vídeo foi exibido pelo programa Fantástico, da Rede Globo, no domingo (18/3).
Delegado da Cunha foi eleito com mais de 180 mil votos por São Paulo. Ele tem 46 anos, ficou conhecido na internet compartilhando vídeos de operações policiais, e foi denunciado em outubro último por violência doméstica por Betina.
Segundo o Ministério Público, ele ameaçou e agrediu a ex, e lhe causou danos materiais. A acusação de violência doméstica ainda vai a julgamento. Eles se conheceram em 2020, moravam juntos e não têm filhos, e em seu relato ela aponta episódios de agressão verbal e física.
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A gravação foi feita em 13 de outubro, véspera do aniversário do deputado, no apartamento do casal em Santos, no litoral paulista. É possível ouvir o congressista insultando a então companheira e dizendo que iria matá-la. Em alguns momentos, dá para ver o rosto de Betina, mas a maior parte do vídeo só tem áudio.
– Da Cunha: “Vai correndo para casa da mamãezinha”
– Betina: “Não. Não vou para casa da mamãe”
[…]
– Da Cunha: “Pode parar. Pode parar, senão vou te matar aqui”
– Betina: “Vai me matar?”
– Da Cunha: Matar
– Betina: “Ah, então mata”.
É possível ouvir a respiração ofegante dela e depois o político diz:
“[…] Sua vaca, vou encher sua cara de tiro”.
Veja abaixo:
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Segundo Betina, ela chamou os filhos do deputado. Betina disse à Justiça que Da Cunha bateu a cabeça dela na parede e tentou sufocá-la. Ela também disse que bateu nele com um secador de cabelo para se defender, e o rosto dele aparece de relance no vídeo.
O deputado negou os outros golpes, mas o laudo do IML atestou que Betina tinha escoriação no couro cabeludo e lesões corporais leves.
Da Cunha registrou boletim de ocorrência afirmando que era ele o agredido, por causa do ferimento com o secador. O Ministério Público concluiu que Betina tinha agido em legítima defesa.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou em nota que o delegado da Cunha está regularmente afastado para exercer a atividade parlamentar e que ele responde a cinco procedimentos na Corregedoria, ainda sem decisão definitiva.
Já a defesa do delegado diz que vai pedir que o vídeo seja periciado. Eugenio Malavasi, advogado de Da Cunha, afirmou à imprensa:
“Eu vou pedir a submissão desse vídeo a uma perícia. Porque esse vídeo não foi periciado […] Não estou falando que é inverídico, mas não passou pelo crivo do Instituto de Criminalística, não foi submetido a uma perícia oficial.
Dentro de um contexto. Se ele disse isso, foi dentro de um contexto de cólera, dentro de um contexto de briga. Nós somos homens. Quando digo homens, refiro-me a seres humanos. Seres humanos têm discussões de casais. Um fato isolado na vida do deputado não pode estar embrionariamente ligado com exercício do mandato de deputado federal, do deputado delegado da Cunha”.
*Com informações de Metrópoles e G1
