Francisco de Assis Pereira da Costa, preso por suspeita de envenenar o baião de dois consumido por ele e sua família no dia 1º de janeiro, relatou que tinha nojo e raiva da enteada, Francisca Maria da Silva. Mesmo assim, o padrasto negou ter cometido o crime.
As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa na quarta-feira (8/1), em Parnaíba, no Litoral do Piauí.
Além de Francisca, três pessoas morreram::
- Manoel Leandro da Silva, de 18 anos (enteado de Francisco)
- Francisca Maria da Silva, de 32 anos (enteada de Francisco)
- Criança de 1 ano (filho de Francisca)
- Criança de 3 anos (filha de Francisca)
Outra filha de Francisca, de 4 anos, continua internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT).
Francisco também foi hospitalizado, mas a polícia acredita que ele apenas fingiu que ingeriu o alimento.
A polícia destacou no depoimento do padrasto a forma como ele se referia aos enteados, principalmente a Francisca Maria e aos filhos dela. O delegado Abimael Silva, que apura o caso, disse na coletiva:
“Ele revelou, bem como as enteadas, que o relacionamento entre eles era conturbado, para dizer o mínimo. Ele não falava com nenhum dos filhos da esposa e tinha um sentimento de ódio específico em relação à Francisca Maria, mãe das crianças.
Esse sentimento de ódio era tão grande que mesmo com ela no leito da morte, ele não conseguia esconder isso no depoimento dele. Ele disse que quando olhava para ela sentia nojo e raiva. Isso são palavras dele no depoimento dele.
Ele chegou a falar para a esposa: ‘essa tua filha não procura um homem que trabalhe, só procura vagabundo’, e manifestou várias vezes o desejo de que ela saísse de casa. Ele disse que uma vez ela alugou uma casa, onde foi morar com os filhos, e isso deu um pouco de ‘alívio'”.
Leia mais:
Caso de veneno no PI: Laudo aponta que família hospitalizada consumiu arroz envenenado, 2 morreram
Contudo, o delegado Williams Pinheiro afirmou que a investigação ainda está em andamento. Ele disse:
“Não estamos dizendo que ele é o culpado, que ele cometeu o crime. É provável que ele seja, mas não se deve antecipar o julgamento”.
Entenda o caso
Na noite de réveillon, a família preparou uma ceia para comemorar a virada: carne, feijão tropeiro e baião de dois. Todos comeram e ninguém passou mal.
A família também comeu um peixe que tinha sido doado. Inicialmente, as suspeitas eram de que o peixe poderia estar estragado ou envenenado, mas as análises afastaram essa hipótese.
O casal que doou o peixe à família já depôs à polícia e não é considerado suspeito.
No dia seguinte, 1º de janeiro, eles comeram o que tinha sobrado junto com o peixe que tinha sido doado. Poucos minutos depois, começaram a sentir os efeitos do envenenamento.
Segundo o delegado, o veneno foi colocado no arroz no dia 1° de janeiro, porque a família comeu o mesmo prato, da mesma panela, na noite de réveillon. Agora, as investigações buscam determinar como o veneno chegou ao baião de dois.
*Com informações de G1