O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve na segunda-feira (3/6) a prisão de Kawara Welch Ramos de Medeiros, acusada de perseguição contra um médico no interior de Minas Gerais. O advogado de Kawara apelou ao STF depois de ter um recurso em habeas corpus negado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo ministro Teodoro Silva Santos.
Kawara, de 23 anos, que se apresenta nas redes sociais como artista plástica, está presa preventivamente sob suspeita de praticar o crime de stalking contra o médico.
De acordo com a vítima, a stalker chegou a lhe enviar 1,3 mil mensagens em um único dia e fazer mais de 500 ligações. Ela também é acusada de roubar um telefone celular da esposa da vítima.
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Ao analisar o pedido de habeas corpus, que corre em segredo de Justiça no Supremo, Zanin apontou razões processuais para rejeitá-lo. O ministro apontou que não houve decisão colegiada do STJ sobre o assunto, motivo pelo qual o STF não pode sequer dar seguimento ao recurso – ou seja, sequer analisar seu mérito.
Relembre o caso
Kawara é acusada de perseguir o médico por cinco anos. O caso aconteceu em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro. Ela foi presa em Uberlândia (MG), em 12 de maio último.
Segundo o médico, em seu depoimento ele afirmou que conheceu a mulher em 2018 e que, segundo ele, ela tinha depressão. Depois de outros dois atendimentos, Kawara procurou a clínica onde o médico também trabalha e foi então que a perseguição começou. Ao programa de TV Fantástico, o médico revelou que a mulher enviava fotos perturbadoras.
Ela passou então a enviar ameaças a ele. Kawara também realizava ligações insistentes para a esposa do profissional e para o filho dele. Além dos telefonemas e das mensagens, as investigações da polícia encontraram montagens feitas por Kawara em redes sociais para dar a impressão de que os dois tinham um caso.
Ele conta que em 2022, Kawara invadiu o consultório onde uma paciente era atendida, e houve troca de agressões com a mulher dele. Um ano depois, mais um ataque no mesmo local, com xingamentos e até acusação de roubo. Por causa deste ataque, ela foi presa em flagrante. Pagou fiança de R$ 3,5 mil e passou a responder ao processo em liberdade. Em março de 2023, a Justiça determinou a prisão preventiva dela por voltar a descumprir as medidas cautelares. Ela fugiu e passou a ser considerada foragida da justiça.
*Com informações de Metrópoles