O número de transações realizadas via Pix em janeiro de 2025 caiu 15,3% em relação a dezembro de 2024, marcando a maior movimentação mensal desde o lançamento em 2020. A onda de fake news sobre o tema nas últimas semanas, pode ser a principal motivação dessa.
Os dados do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) do Banco Central mostram que entre os dias 1º e 14 de janeiro de 2025 foram realizadas 2,286 bilhões de operações via Pix, enquanto no mesmo período do ano passado, o registro foi de 2,699 bilhões no Brasil.
Comparativo do Pix em anos anteriores
A análise também mostrou que a queda em 2025 foi a mais perceptível dos últimos anos, sendo superior à registrada em janeiro de 2024 (-11,02%), janeiro de 2023 (-9,89%) e janeiro de 2022 (-12,91%). Apenas em 2021 houve um aumento no volume de transações no início do ano (+51,29%), motivado pela adoção em massa do Pix logo após o lançamento.
Dados detalhados de transações:
Janeiro de 2025: 2,286 bilhões (Dezembro de 2024: 2,699 bilhões)
Janeiro de 2024: 1,751 bilhão (Dezembro de 2023: 1,968 bilhão)
Janeiro de 2023: 1,007 bilhão (Dezembro de 2022: 1,118 bilhão)
Janeiro de 2022: 502 milhões (Dezembro de 2021: 576,4 milhões)
Janeiro de 2021: 73 milhões (Dezembro de 2020: 48,2 milhões)
Até o fechamento desta matéria, o Banco Central não comentou sobre a queda nas transações.
Fake news e impacto no Pix
A queda ocorre em um cenário marcado pela disseminação de notícias falsas, que afirmam, por exemplo, que o governo federal passaria a taxar as transações feitas via Pix. Esses boatos surgiram após a Receita Federal anunciar novas regras de monitoramento de transações financeiras, o que gerou desinformação nas redes sociais.
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Golpe do Pix
Desde o início das novas regras de transação do Pix, que entraram em vigor no dia 1º de janeiro de 2025, foram registrados pela Receita Federal relatos de tentativas de golpes aplicados por meio de mensagens enviadas em aplicativos de mensagem. A Receita Federal emitiu um alerta para esclarecer os contribuintes sobre o novo golpe do Pix.
De acordo com os relatos, criminosos estão utilizando a imagem da Receita em um suposto perfil no WhatsApp para cobrar uma taxa sobre transações acima de R$ 5 mil, alegando que o não pagamento da taxa pode causar o bloqueio do Cadastro de Pessoa Física (CPF) do contribuinte. Até mesmo réplicas de documentos oficiais são utilizadas no crime.
A Receita informa que “não existe tributação sobre o Pix, e nunca existirá, até porque a Constituição não autoriza imposto sobre movimentação financeira”. O que está ocorrendo é apenas uma atualização no sistema de acompanhamento financeiro para incluir novos meios de pagamento na declaração prestada por instituições financeiras e de pagamento.
Para evitar cair no golpe, a Receita Federal pede que a população siga as seguintes orientações:
- Desconfie de mensagens suspeitas: não forneça informações pessoais em resposta a e-mails ou mensagens de origem desconhecida que solicitem dados financeiros ou pessoais.
- Evite clicar em links desconhecidos: links suspeitos podem direcionar você a sites fraudulentos ou instalar programas prejudiciais no seu dispositivo.
- Não abra arquivos anexos: anexos em mensagens fraudulentas geralmente contêm programas executáveis que podem roubar suas informações ou causar danos ao computador.
- Verifique a autenticidade: a Receita Federal utiliza exclusivamente o Portal e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte) e o site oficial da Receita Federal como canais seguros de comunicação.
A Receita também pede que evite a propagação de fake news relacionadas à cobrança de taxas sobre a movimentação por Pix.
A disseminação de fake news em aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram, facilita o trabalho dos golpistas. Antes de compartilhar qualquer mensagem:
- Verifique a fonte: mensagens com informações alarmantes ou urgentes geralmente são falsas. Consulte sempre o site oficial da Receita Federal ou outros canais confiáveis.
- Questione o conteúdo: desconfie de mensagens com erros de português, textos muito sensacionalistas ou promessas milagrosas.
- Não acredite em mensagens não oficiais: a Receita Federal não envia cobranças ou comunicados por WhatsApp, SMS ou redes sociais. Sempre confirme diretamente pelos canais oficiais.
- Converse sobre o tema: oriente familiares e amigos a sempre verificarem informações antes de repassá-las. O combate às fake news começa com cada um de nós.
Se você recebeu uma mensagem suspeita ou tem dúvidas, procure os canais oficiais da Receita Federal. É recomendado não agir por impulso diante de ameaças de bloqueio ou cobrança inesperada.