A Polícia Federal (PF) resgatou um grupo de pessoas que estavam sendo submetidas à exploração sexual em São Paulo na última terça-feira (2/07). No total, 22 pessoas eram vítimas de uma rede de aliciamento para exploração sexual, a maioria, mulheres transexuais. A mulher suspeita de comandar a quadrilha foi presa na operação.
A maioria era do Norte e Nordeste do país e todas foram aliciadas por uma mulher que seria a líder do grupo com a promessa de conseguir empregos na cidade de São Paulo. Ao chegar à capital, eram obrigadas a se prostituir para pagar o custo da passagem e de moradia. No decorrer do tempo, as despesas só se multiplicavam, tornando cada vez mais impossível sair do esquema de exploração sexual.
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A coordenadora-geral de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Marina Bernardes, disse que o tráfico de pessoas tem entre suas finalidades justamente a exploração sexual.
“Mulheres, meninas e população LGBTQIA+ são as mais vulneráveis a essa finalidade exploratória, o que demonstra a necessidade de ações, tanto de prevenção quanto de proteção, específicas voltadas a essas populações”.
Segundo Marina Bernardes, o caso das 22 vítimas de exploração sexual, resgatadas durante a Operação Tauéma é caracterizado pelo Protocolo de Palermo como tráfico de pessoas e constitui grave violação aos direitos humanos.
A Polícia Federal informou ainda que as investigações deram início após receber uma denúncia encaminhada ao Ministério dos Povos Indígenas, feita por uma das mulheres que teria origem indígena. Desde 2020, o ministério possui uma ouvidoria para receber casos de violação de direitos humanos.