A Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal deflagraram hoje, 29, operação intitulada “Nero” contra suspeitos de terem incendiado ônibus e carros e da tentativa de invasão à sede da Polícia Federal em Brasília, ocorrida no último dia 12. 40 pessoas foram identificadas e 11 delas são alvo de mandados de prisão. Quatro suspeitos já foram presos.
A operação foi determinada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Ao todo, as corporações cumprem 32 ordens judiciais de busca e apreensão e de prisão expedidas pelo STF, no Distrito Federal e nos seguintes estados: Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro.
A operação foi batizada em referência ao imperador romano do primeiro século que ateou fogo em Roma.
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Os ataques à sede da PF e aos veículos presentes no entorno do prédio ocorreram após a prisão do líder indígena bolsonarista José Acácio Serere Xavante. Ele foi preso depois que a PGR (Procuradoria-Geral da República) apontou a sua participação nos atos antidemocráticos na capital do país.
Entre os alvos da operação estão manifestantes apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que frequentavam os atos no Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU).
O futuro ministro da Justiça do governo Lula, Flávio Dino, comentou a operação no seu Twitter e disse que “liberdade de expressão não abrange terrorismo”:
As ações policiais em curso visam garantir o Estado de Direito, na dimensão fundamental da proteção à vida e ao patrimônio. Motivos políticos não legitimam incêndios criminosos, ataques à sede da Polícia Federal, depredações, bombas. Liberdade de expressão não abrange terrorismo.
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) December 29, 2022
Um dos procurados da operação é Alan Diego Rodrigues, suspeito de ter ajudado o empresário George Washington de Souza a instalar dispositivo explosivo num caminhão de combustível próximo ao Aeroporto de Brasília no último fim de semana. O empresário foi preso no último dia 24, e confessou que pretendia distribuir armas para manifestantes bolsonaristas acampados em frente ao QG do Exército.