A Polícia Federal (PF) disse hoje (18/04) que ainda não é possível estimar prazo para a identificação dos nove corpos em embarcação encontrada à deriva no litoral paraense, próximo ao município de Bragança. A perícia para identificação das vítimas, começou ontem (17/04), em conjunto com a Polícia Científica do Pará.
Conforme a PF, os corpos serão, temporariamente, sepultados na capital paraense, Belém, até que as identidades tenham sido estabelecidas e as famílias das vítimas possam ser formalmente comunicadas.
Entenda o caso
Foram encontrados nove corpos na embarcação que estava à deriva no litoral paraense. A Polícia Federal estima que, ao menos 25 pessoas estavam a bordo, construído artesanalmente, sem leme, motor ou sistema de direção.
A principal hipótese é que as vítimas tenham vindo da África em direção às Ilhas Canárias, na Espanha, arquipélago usado como rota migratória para entrada no continente europeu. Segundo a polícia, os indícios apontam que o barco, provavelmente saiu da Mauritânia, na África e acabou pegando uma corrente marítima com destino ao Brasil.
Saiba mais:
Mortos encontrados no barco à deriva no Pará são africanos, diz a PF
Barco achado com mortos no Pará tinha 27 celulares a bordo: Começa perícia nos chips
O trabalho de perícia envolveu mais de 30 pessoas em trabalho multidisciplinar, adotando o padrão de identificação de vítimas de desastres da Interpol.
Entre os exames realizados estão: radiológico; exame de vestes, pertences, documentos e adereços; exame médico-legal, com coleta de material para exames de DNA e de isótopos estáveis; exames odontolegal, necropapiloscopico, estação de verificação de documentos e controle de qualidade.
No barco foram encontradas 25 capas de chuva e diversos objetos. Também foram localizados 27 telefones celulares, encaminhados para exames periciais no instituto nacional de criminalística.
Os dados colhidos foram enviados para o processo de identificação em Brasília, pelo Instituto Nacional de Criminalística e Instituto Nacional de Identificação da Polícia Federal, com apoio da Interpol e organismos internacionais.