O Ministério Público de São Paulo pediu na manhã desta quarta-feira (12) a liberdade do torcedor do Flamengo Leonardo Felipe Xavier Santiago, de 26 anos, preso pela morte da torcedora do Palmeiras, Gabriela Anelli. No sábado, 8, Gabriela foi atingida no pescoço por estilhaços de uma garrafa arremessada na entrada do estádio na briga entre torcedores. Ela veio a falecer dois dias depois.
Santiago foi preso e indiciado pela Polícia Civil de São Paulo por homicídio doloso consumado. No entanto, de acordo com o promotor Rogério Leão Zagallo, as provas não cravam que Santiago jogou a garrafa de vidro que atingiu o pescoço e matou Gabriela. Ele disse:
“Ao que tudo está a indicar, a garrafa que teria gerado a morte de Gabriella não foi lançada por Leonardo, mas por esse torcedor que apresentava o rosto barbado e vestia camisa cinza”.
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Segundo a família de Leonardo Felipe, ele não tem antecedentes criminais, trabalha com carteira assinada há seis anos na refinaria de Duque de Caxias, baixada fluminense do Rio, e é apaixonado pelo Flamengo. O pai dele, Luciano Felipe Santiago, de 46 anos, também disse:
“As imagens falam por si só. Os vídeos mostram com clareza quem são os autores e o mesmo vídeo o inocenta, pois em momento nenhum apareceu a imagem do Leo no local do confronto. Pegaram a pessoa errada. Na delegacia, no primeiro momento ele nega, até porque não foi ele, depois em outro momento, o delegado diz que ele confessou. Acho muito estranho essa incoerência”.
O promotor alega que a Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) perdeu a credibilidade para seguir à frente do caso e pede que a investigação seja repassada para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), também da Polícia Civil de SP.
As investigações continuam, com a Polícia Civil analisando as imagens de pelo menos dez pessoas que jogaram garrafas na briga entre torcedores. Entre os suspeitos está um homem de barba citado pelo promotor Leão em seu pedido de soltura do torcedor do Flamengo.
Na terça, 11, o Delegado de Polícia César Saad chegou a afirmar que Leonardo tinha confessado ter jogado a garrafa que vitimou Gabriela. Depois de autuado, no entanto, ele teria mudado de versão, dizendo que arremessou pedras de gelo.