O furto do arsenal de guerra do Exército em São Paulo não foi bem aproveitado. O intuito dos autores era reverter em muito dinheiro e aumentar o poder bélico das duas maiores facções criminosas do país, a paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) e a carioca Comando Vermelho (CV), com metralhadoras .50 e calibre 7,62. Porém, o mau estado de conservação e a ausência de uma peça fundamental esfriaram o interesse das facções.
A informação é do Metrópoles, confirmada por fontes da inteligência da Polícia Civil do Rio. Em uma primeira negociação com integrantes do CV que comandam o tráfico no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, os fornecedores não conseguiram emplacar a venda em razão da ausência de uma fita metálica necessária para inserir a munição nas armas. A peça é de uso controlado pelo Exército, ou seja, difícil de ser adquirida no mercado.
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Três militares, que teriam colaborado com o furto, já foram identificados pelo Comando Militar do Sudeste, que também investiga a atuação de outros integrantes da corporação e de civis. O diretor do Arsenal de Guerra de Barueri foi exonerado nesta sexta-feira (20).
De acordo com os investigadores da PCRJ, a negociação das armas foi feita por meio de um grupo de WhatsApp onde participam lideranças do CV. Um fornecedor postou no grupo um vídeo em que apareciam as quatro metralhadoras .50 desviadas do arsenal. Ao todo, 21 metralhadoras foram subtraídas do quartel em Barueri, sendo 13 de calibre .50 e outras oito de calibre 7,62. O crime foi descoberto no último dia 10. Até agora, 17 armas foram recuperadas.
Assim que descoberto o furto das armas de alto poder destrutivo, o comandante do Exército, Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, ordenou a exoneração do diretor do Arsenal de Guerra de São Paulo, Rivelino Barata de Sousa Batista. Ele, porém, não foi demitido, mas sim transferido de Estado.
*com informações do Metrópoles