O Grupo de Capturas da Polícia Federal (PF) no Amapá prendeu, na madrugada de terça-feira (3/12), o suposto megainvestidor do mercado financeiro Thiago da Silva Rocha, conhecido como magnata fake dos bitcoins e condenado por crimes de estelionato no Acre.
Foragido da Justiça, ele foi capturado em uma aeronave antes de desembarcar no Aeroporto Internacional de Macapá.
A operação foi desencadeada após a PF receber informações sobre a presença do fugitivo no voo. Rocha foi encaminhado ao Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) do Pacoval, onde a prisão foi formalizada.
A detenção foi resultado de trabalho conjunto entre o Grupo de Capturas da PF e a Delegacia de Capturas da Polícia Civil do Amapá. Somente em 2024, essa parceria já resultou na localização e prisão de 184 foragidos.
Família enganada
Com lábia afiada, Rocha não perdoou nem os integrantes da própria família. Uma ex-cunhada do criminoso amargou prejuízo de R$ 440 mil após ser convencida a investir com ele. O estelionatário criou o personagem para aplicar golpes, que renderam a ele quase R$ 30 milhões, em dezenas de vítimas.
Promessa de lucro de 3%
Bom de papo, o operador mostrava aos clientes que era possível ter lucro mensal de 3% sobre o valor aplicado nos chamados blocos de ações e no mercado de criptoativos. Para isso, Rocha fazia reuniões, ministrava cursos de operação no mercado financeiro e mostrava a evolução das aplicações em tempo real por meio de uma plataforma desenvolvida por ele.
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Simpático, sedutor e com discurso convincente sobre investimentos, Rocha se aproximou da família de uma trader, acostumada a operar no mercado financeiro. Durante meses, o golpista criou vínculo de amizade com a vítima e os parentes dela, como o pai e a irmã. “A intimidade e o elo de amizade eram tamanhos que ele chegava a cozinhar na casa da minha família”, disse a mulher, de 43 anos.
A vítima foi convencida a retirar todas as aplicações financeiras usadas para operar no mercado de renda variável e repassá-las ao suposto trader. O caloteiro chegou a ficar com a senha de várias contas e controlar montante de aproximadamente R$ 1 milhão. “Em troca, Thiago dizia que esse valor renderia 3% ao mês. Ele chegou a pagar alguns dividendos, mas logo parou”, revelou a mulher.
Desconfiada, a cliente pediu o capital de volta, mas já era tarde. O golpista começou a protelar o pagamento, inventar desculpas e se afastar da família. “Ficamos completamente desestruturados financeira e psicologicamente. Toda essa situação caiu como uma bomba na família, que acreditava na honestidade do Thiago. Ele chegava a usar os próprios filhos para passar uma imagem de pessoa de bem”, desabafou.
*Com informações do Metrópoles