Neste domingo (19/01), o Brasil perdeu um dos maiores nomes do jornalismo esportivo: Léo Batista, lenda do Globo Esporte, faleceu deixando um legado incomparável após mais de 75 anos de dedicação ao jornalismo. Conheça um pouco da trajetória dele.
João Baptista Bellinaso Neto, nascido em Cordeirópolis, interior de São Paulo, no dia 22 de julho de 1932, iniciou sua carreira no final dos anos 1940. Seu primeiro emprego foi na Rádio Birigui, e logo depois, trabalhou na Rádio Difusora de Piracicaba, cobrindo o XV de Piracicaba.
Em 1950, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde participou da cobertura da Copa do Mundo no histórico Maracanaço. Dois anos depois, tentou entrar na Rádio Clube do Brasil, mas recebeu uma proposta para integrar a Rádio Globo, onde apresentou os programas ‘O Globo no Ar’ e ‘Parada de Sucessos’.
Botafoguense assumido, Batista marcou presença no primeiro jogo da carreira de Mané Garrincha, em 1953. Um ano depois, cobriu a morte de Getúlio Vargas e foi o primeiro radialista a noticiar o suicídio do então presidente.
Ainda em 1954, entrou para a equipe de esportes da rádio e atuou como locutor, estreando em uma partida entre São Cristóvão e Bonsucesso.
A partir daí, ele passou a ser chamado de Léo Batista e abandonou o nome de batismo por sugestão do chefe, Luiz Mendes, que não achava seu nome muito sonoro.
Em 1955, Léo trocou o rádio pela televisão e iniciou uma nova fase na TV Rio, onde apresentou o Jornal Pirelli por 13 anos.
Léo entrou na Globo como freelancer para a cobertura da Copa do Mundo de 1970, mas acabou ficando por lá. Ele chegou a narrar uma partida entre Peru e Bulgária no improviso, ainda substituiu Cid Moreira em uma edição extraordinária do Jornal Nacional. Com isso, ele chamou atenção e foi colocado no quadro regular de profissionais da Globo.
Batista foi um dos primeiros apresentadores do Jornal Hoje, logo na estreia em 1971. Ele também começou a ter espaço no Jornal Nacional aos sábados onde ganhou quadro de esportes.
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Léo apresentou também o Copa Brasil, que originou o Esporte Espetacular em 1973. Lá em 1978, ele participou da criação do Globo Esporte e foi escalado como o primeiro apresentador da história do programa.
Na emissora carioca, Léo participou de três coberturas in loco de Copa do Mundo: na Alemanha (1974), na Espanha (1982) e no México (1986). Nas demais edições, fez parte da equipe que comandou as transmissões do Rio de Janeiro. O jornalista também teve participações marcantes como narrador dos gols da rodada no Fantástico.
Em 1994, foi responsável por noticiar ao vivo o falecimento de Ayrton Senna durante o GP de San Marino. Diretamente dos estúdios da Globo, teve a responsabilidade de chamar o repórter Roberto Cabrini ao vivo para noticiar a morte do piloto diretamente de Bolonha, na Itália.
Nos anos 2000, além de compor as equipes do Fantástico e do Esporte Espetacular, Batista passou a comandar o Baú do Esporte, que era transmitido durante os intervalos das partidas de futebol.
Os últimos anos de Léo Batista
Até 2014, ele revezava a apresentação do Globo Esporte. A partir de 2015, participou apenas de quadros do programa, como o próprio ‘Baú do Esporte’, ‘Quem Foi?’ e o ‘Canal do Seu Léo’.
Em 2023 participou de especiais e homenagens, como a comemoração dos 50 anos do Fantástico. Sua última aparição pública foi em outubro de 2024, no velório do colega Cid Moreira.