Na última quinta-feira (26/09) aconteceu o julgamento do homem acusado de tentar matar o estuprador do filho em Ascurra, no Vale do Itajaí. O crime foi registrado em 2015, após o pai descobrir sobre os abusos sexuais sofridos pela vítima, que na época tinha 16 anos e tem deficiência intelectual.
O julgamento no Tribunal do Júri teve início às 9h, na Comarca de Ascurra. Julgado por tentativa de homicídio qualificado, por uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, ele foi absolvido das acusações por unanimidade.
De acordo com a denúncia apresentada pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), tentativa de homicídio aconteceu em novembro de 2015. Na data, os pais do jovem foram procurados pela psicóloga do filho para uma conversa. Durante o diálogo, a mulher perguntou se o casal tinha conhecimento dos abusos sofridos pelo então adolescente.
Segundo ela, em uma sessão anterior, a vítima narrou que o tio, irmão gêmeo da mãe dele, o estuprava desde 1997, ao menos 324 vezes.
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Conforme o relato da vítima, o crime ocorria aos finais de semana, ocasiões em que ficava na casa do agressor. No local, o rapaz era obrigado a vestir calcinha, fio dental e outras roupas femininas. O criminoso também passava batom na boca do sobrinho e o beijava.
Ainda segundo o relatado, o homem colocava o sobrinho diante de “roçadeiras, machados e foices”, na tentativa de ameaça-lo. Conforme consta no processo, o tio dizia que se ele gritasse ou fizesse barulhos, o mataria.
Após a reunião com a psicóloga, o pai foi até a casa do cunhado e pediu que chamassem seu parente. Quando este se aproximou, ele efetuou um disparo, que o acertou no pescoço. No entanto, o homicídio não se consumou, pois a vítima dos disparos recebeu socorro a tempo dos bombeiros.
O tio do jovem teve de responder por estupro de vulnerável e chegou a ser condenado pelo crime, quatro anos após ação judicial. Contudo, antes que pudesse cumprir a pena, morreu em um acidente de carro.
O pai chegou a ser preso preventivamente por tentativa de homicídio, mas recebeu liberdade provisória posteriormente e respondeu ao processo em liberdade.
A defesa do homem explicou que o pai, ao descobrir que o filho era estuprado pelo tio, foi tomado por uma ação desesperada, que o levou a tomar tal atitude.
*Com informações do Metrópoles