A estudante de veterinária Carolina Arruda, de 27 anos, que ficou conhecida nacionalmente na semana passada ao montar uma campanha virtual para arrecadar dinheiro para se submeter a um procedimento de eutanásia na Suíça, disse nesta segunda (8/7) que pode reconsiderar seu plano, em virtude de duas esperanças que surgiram desde que seu caso ganhou repercussão. Ela sofre há 11 anos com neuralgia do trigêmeo, uma condição que a faz sofrer e a deixa incapacitada, e é considerada a pior dor do mundo.
Carolina falou ao jornal Folha de S. Paulo que apareceram duas propostas de tratamento da sua condição: Uma delas vem do neurologista Wellerson Sabat e de uma equipe da Argentina. Segundo ela, trata-se de uma nova técnica para tratar a neuralgia do trigêmio, provavelmente cirúrgica.
Ela afirmou:
“Eu vou tentar, dependendo da margem de sucesso. Tudo vai depender do que eles me apresentarem, porque se for uma terapia que não tem muitas chances de sucesso, não tem muitos estudos, eu não vou me arriscar e me submeter a mais tipos de cirurgia. Então, eu tenho que avaliar bem a proposta, a condição. O médico ainda tem que me passar as informações”.
A outra esperança está na Clínica da Dor da Santa Casa de Alfenas (MG). Carolina, que é mineira de Bambuí, já conhecia o trabalho dos médicos da instituição, mas nunca havia conseguido acesso devido ao valor alto. A consulta será realizada nesta segunda-feira (8), de forma on-line. A estudante não pagará nada por ela.
Leia mais:
No Peru, mulher com doença incurável é a primeira a morrer por eutanásia no país
Ela declarou ao jornal:
“Se der certo e aliviar a dor, talvez eu reconsidere a eutanásia. Tudo é válido para minimizar a dor. Mesmo que eu tenha decidido optar pela eutanásia, ainda terei que passar por um processo burocrático e demorado”.
A neuralgia do trigêmeo é uma dor provocada pelo nervo trigêmeo que se espalha internamente pelos dois lados da face.
A vaquinha online criada pela estudante tem o título “Por uma despedida digna: ajude Carolina a alcançar paz”. O objetivo é arrecadar R$ 150 mil para pagar a eutanásia na instituição Dignitas, na Suíça, um dos países onde a prática é permitida por lei, ao contrário do Brasil. Criada no dia 1º de julho, a vaquinha já tinha mais R$ 115 mil doados por 2.835 apoiadores até este domingo (7).
O que é eutanásia?
A palavra eutanásia vem do grego “eu” (bem) e “thanásia” (morte). Significa “boa morte” ou “morte tranquila”. Em alguns países da Europa, como Holanda, Bélgica, Luxemburgo e Suíça, e outros como Canadá e Colômbia, ela é permitida e regulamentada por lei. O paciente precisa comprovar medicamente condições para a realização do procedimento, como existência de doença incurável, sofrimento exacerbado e altos índices de dores.
No Brasil, a eutanásia e o suicídio assistido são proibidos. Aqui, quem colaborar com as práticas pode ser indiciado por homicídio doloso.
Com informações de Metrópoles.
