Bruno Eustáquio Vieira, que estava foragido, acusado de matar a própria mãe, Márcia Lanzane, por interesse na herança em 21 de dezembro de 2020, foi preso na última segunda-feira (8/7), após as tias (irmãs de Márcia), reconhecerem ele pelo TikTok.
Minervina Lanzane de Quadra e Mariusa de Quadra, informaram que sempre estiveram atrás de pistas sobre o sobrinho. Em entrevista ao g1, elas disseram que receberam denúncias anônimas.
“Tive informações de que a ex-namorada que ele arrumou em Curitiba [cidade para onde foi] após fugir de Guarujá tinha se mudado pra Belo Horizonte. E aí surgiu a dúvida se ela não poderia estar acobertando”, afirmou Mariusa, dizendo que passou a pesquisar pistas nas redes sociais dela.
Durante as buscas, as irmãs se depararam com um perfil no TikTok de nove gatos e um cachorro.
“Apareceu um vídeo desse perfil que havia uma mão fazendo carinho no gato e uma voz com efeito. Porém, o jeito de falar me chamou a atenção e comecei a assistir todos os vídeos”, relembrou Mariusa, que logo reconheceu Bruno nas imagens.
“Sem dúvidas nenhuma, não tinha como não reconhecer que era a mão dele, que era a voz dele distorcida”.
As irmãs decidiram ir atrás do sobrinho em Belo Horizonte. As duas chegaram a ir pessoalmente às lojas que seguiam o perfil dos gatos de Bruno no TikTok. A página, inclusive, foi desativado da plataforma.
Segundo as mulheres, Bruno vendia coisas para pets, então tinha vinculado ao perfil alguns petshops.
Leia mais:
Ministério do Esporte repudia ação de PM que atirou em goleiro do Grêmio Anápolis
Jovem que matou a mãe por herança é preso em MG após três anos foragido
Nos comércios locais, as irmãs apresentavam a foto de Bruno e perguntavam sobre ele, que era conhecido pelas pessoas como Felipe. Após muita pesquisa e conversa com comerciantes, descobriram o local em que o sobrinho estava morando com a namorada.
Com uma cópia do mandado de prisão dele, Minervina e Mariusa acionaram a polícia para prendê-lo. Ele foi preso na última segunda-feira (8/7), e tentou resistir a ordem de parada dos agentes da Polícia Militar.
Ele precisou ser imobilizado e teve leves escoriações, com isso, foi encaminhado ao Hospital Municipal Odilon Behrens.
No dia do crime, câmeras do circuito interno de segurança do imóvel, registraram luta corporal entre a mãe e o filho. Depois de matar Márcia, Bruno sentou no sofá da casa e assistiu televisão. Na manhã seguinte, ele saiu de casa e retornou, momento em que acionou a polícia dizendo ter encontrado a mãe morta.
O caso foi investigado pela Delegacia Sede de Guarujá. O inquérito policial foi concluído em 31 de maio de 2021 e encaminhado à Justiça. A prisão temporária de Bruno foi determinada pouco depois.
“Essa luta não foi só nossa, foi de todos que seguiram a página [de buscas por Bruno], que fizeram denúncias mesmo não sendo ele”, disse Mariusa.