A Polícia Federal deflagrou nesta quinta (3/10) a operação “Jaleco Fantasma”, que tem como alvo um possível esquema criminoso em que médicos de um hospital público em Macapá, no Amapá, estariam fraudando a escala de plantões e embolsando milhares de reais por mês desde abril de 2022. Durante este período, os envolvidos no esquema teriam embolsado indevidamente cerca de R$ 3 milhões.
A investigação identificou que havia duas escalas de plantão no HCAL (Hospital de Clínicas Doutor Alberto Lima), sendo uma oficial e outra “paralela”. Somando ambas, cada profissional deveria cumprir mensalmente 24 plantões de 12 horas, cada um pagando cerca de R$ 1.000, totalizando R$ 24 mil, em média.
Porém, segundo as investigações, os médicos suspeitos viajavam para o exterior ou exerciam outras atividades enquanto deveriam estar de plantão. Na prática, o esquema ainda prejudicava o atendimento ao público do hospital, de acordo com a PF.
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Ao todo, R$ 3 milhões foram pagos indevidamente aos médicos. A Justiça bloqueou esse mesmo valor em bens dos investigados e ainda determinou o afastamento cautelar de dois servidores do cargo.
As identidades dos suspeitos e as especialidades em que atuavam não foram divulgadas pela PF.
Treze mandados de busca e apreensão foram cumpridos na operação. Segundo a PF, “vários veículos” foram apreendidos. Também foram encontrados R$ 75 mil em dinheiro nas casas dos investigados, além de 4 mil euros (pouco mais de R$ 24 mil, pela cotação atual) “em outro local”. A operação foi feita em parceria com o MP-AP (Ministério Público do Amapá).
Os investigados podem responder por três crimes: peculato (quando um servidor se apropria ou desvia bens, valores ou recursos públicos), falsificação ideológica de documento público e organização criminosa. Se condenados, podem pegar penas que chegam a 25 anos de prisão, mais pagamento de multa, além da perda do cargo público.