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Investigação aponta agiotas do PCC que ameaçavam pessoas em SP: “Cancele o CPF dela”

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Uma investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) sobre uma rede de agiotas ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC) que movimentou R$ 20 milhões em um ano revela que o grupo fazia ameaças a devedores para receber pagamentos com juros de até 300% e multa de R$ 1 mil por dia de atraso.

O MPSP obteve mensagens de WhatsApp em que os alvos relatam o caso de um devedor que estava “tremendo de nervoso” ao ser cobrado e o de outra mulher que estaria resistindo ao pagamento.

“Você não vai cancelar o CPF dela?”, questiona Daniel Carvalho Santana, braço direito de Edson Carlos do Nascimento, o Kaká, apontado como líder do esquema de agiotagem do PCC.


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Outro caso apurado pelo MPSP revela que, em março de 2023, dois dos investigados invadiram o apartamento de um homem que havia contraído empréstimo de R$ 24 mil e ainda devia R$ 10 mil. “Estou armado com uma 380 e já tenho passagem”, um deles teria ameaçado. Segundo a Promotoria, a dupla saiu do local levando a chave do veículo da vítima.

Na semana passada foi deflagrada a Operação Khalifa, que cumpriu 11 mandados de prisão na capital paulista e na região do Alto Tietê. Ao todo, 9 pessoas foram detidas e duas estão foragidas.

As investigações apontam “Kaká” como líder do grupo e “membro relevante” do PCC.  Os agiotas do PCC cobravam juros abusivos, de 10% a 300% ao mês, de quem decidia pegar dinheiro emprestado. Em caso de inadimplência, era imposta multa de R$ 1 mil por dia. Se o pagamento atrasasse, o devedor sofria ameaças e tinha seus bens tomados à força. O braço direito de Kaká era Daniel Carvalho Santana. Segundo o MPSP, ele era responsável por administrar os empréstimos e fazer a contabilidade dos valores arrecadados pelos agiotas.

Além de ameaças e extorsões, a investigação aponta envolvimento do grupo com práticas para corromper policiais. Investigadores apontaram uma conversa entre Kaká e umm interlocutor, conhecido como “Léo”, após a prisão de um amigo em comum em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, em outubro de 2023. Léo diz a Kaká que precisaria de R$ 20 mil para pagar propina aos policiais, visando a libertação de seu amigo. “Kaká pergunta se tem gravata (advogado) lá”, registra o MPSP, na investigação. “Completa dizendo que não irá cobrar juros e pergunta se Léo pode devolver o valor na sexta-feira.”

*Com informações de Metrópoles

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Ivanildo Pereira
Ivanildo Pereira
Repórter de política na Rede Onda Digital Jornalista formado pela Faculdade Martha Falcão Wyden. Política, economia e artes são seus maiores interesses.

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