A defesa da influenciadora Cíntia Chagas, ex-esposa do deputado estadual Lucas Bove (PL), ingressou na Justiça de São Paulo com um pedido de prisão preventiva do parlamentar. A informação foi revelada pela equipe da influenciadora, nesta segunda (21/10).
Segundo a advogada Gabriela Mansur, que representa Cíntia, o deputado está descumprindo medidas cautelares impostas no processo em que ele é apontado como agressor da ex-mulher, em ação de violência doméstica.
A defesa dela aponta que o deputado não poderia ter se manifestado direta ou indiretamente sobre o assunto nas redes sociais, conforme determinação judicial. Na semana passada, Bove comentou sobre o caso na tribuna da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) – onde disse que “jamais encostaria a mão para agredir uma mulher” – e também nas suas redes sociais.
Bove também teria vazado publicamente mensagens de WhatsApp trocadas entre ele e a ex-mulher.
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A Justiça concedeu à influenciadora uma medida protetiva proibindo Bove de se aproximar da ex-companheira ou se comunique com familiares dela, além de não poder frequentar os mesmos lugares que a influencer, sob pena de prisão preventiva. O deputado também é alvo de um pedido de cassação protocolado na Alesp por parlamentares mulheres do PT e do PSOL. Elas pedem o fim do mandato do parlamentar bolsonarista por violência doméstica.
Daniel Leon e Camila Felberg, advogados de Lucas Bove, classificaram o pedido como “inconcebível” e negam que tenha descumprido a medida protetiva.
Entenda o caso
Em agosto, Cíntia Chagas chocou os seguidores ao anunciar o fim de seu casamento com o deputado estadual Lucas Bove. O casamento durou apenas três meses. Foi revelado que o motivo do divórcio do casal teria sido um episódio de violência doméstica.
Em seu depoimento quando registrou queixa, Cíntia a revelou que vivia em um relacionamento tóxico, descrevendo Bove como possessivo, ciumento e controlador.
O deputado nega as acusações. Cíntia Chagas acumula mais de 6 milhões de seguidores e milhares de alunos em seus cursos virtuais.
Em entrevista à revista Marie Claire, Cíntia disse que as ameaças de Lucas Bove começaram quando em 3 de agosto do ano passado, em Ribeirão Preto, interior de SP, ela se recusou a parar um jantar para tirar foto ao lado de Jair Bolsonaro (PL) e a esposa Michele Bolsonaro (PL). Ela também narrou episódios de outras violências, inclusive um ferimento causado por faca.
Cíntia declarou:
“Ele jogou uma garrafa d’água em mim, bateu cinza de cigarro em uma bolsa, falou que se eu ficasse no apartamento eu não conseguiria dormir e ameaçou queimar minhas roupas. Se eu continuasse com ele, o risco era virar mais uma vítima de feminicídio, então saí de casa”.
Ela explicou o suposto incidente com a faca:
“Foi no meio de uma discussão. Estávamos à mesa jantando e brigamos. Não lembro o motivo, nunca ficamos mais do que 4 dias sem uma briga. Devo ter dado uma má resposta, levantei-me e fui até a geladeira. Da mesa, ele arremessou a faca na minha direção, bateu na minha perna e comecei a sangrar. Eu disse: ‘Olha o que você fez. Isso é violência, é agressão’. E ele respondeu: ‘Que bonitinha. Você vai me denunciar na Lei Maria da Penha, vai? Eu sou um deputado, meu amor. Acabo com você na hora em que eu quiser. Você será a louca. Experimente me enfrentar”.
*Com informações de G1 e Metrópoles