Pedro Ricardo Conceição da Rocha, conhecido na internet pelo nome de “King” foi visto recentemente em uma chamada de vídeo com seus seguidores, enquanto cumpre pena em um presídio no Rio de Janeiro. Pedro Ricardo foi condenado a 24 anos de prisão por criar e comandar um grupo dentro do aplicativo Discord, onde crimes de estupro de vulnerável e corrupção de menores era cometido.
Embora King esteja preso desde 2024, o seu servidor dentro da plataforma continua ativo. Entre dezembro e janeiro, usuários descobriram que a comunidade estava ativa novamente no Discord, que é um aplicativo de bate-papo voltado ao público gamer, muito utilizado por canais de streaming.
Uma usuária do X (antigo Twitter), de apenas 14 anos, conhecida entre a comunidade de memes, teria descoberto que o servidor de King voltou a fazer transmissões ao vivo. Após isso, um grupo anônimo da internet dedicado a combater esse tipo de crime dentro do Discord descobriu um vídeo de uma dessas transmissões, onde o próprio King estava participando, utilizando um celular dentro do presídio.
🚨 Criador de grupo criminoso na internet aparece em chamada de vídeo com seguidores na prisão
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— Rede Onda Digital (@redeondadigital) January 28, 2025
Além do vídeo, uma foto de King, de dentro da prisão, também foi vazada. Nela, o rapaz aparece com um aparelho na mão, provavelmente o mesmo usado para participar da transmissão. Não há informações de como King teria conseguido o aparelho.

Comunidade de “paneleiros” do Discord.
Os crimes cometidos por King e sua comunidade foram investigados pela Operação Dark Room, realizada pela Polícia Civil entre 2021 a 2023, que investigava um servidor (Nome dado a grupos temáticos dentro do aplicativo) operando dentro do Discord. De acordo com investigações, o grupo procurava meninas menores de idade e captava para dentro do grupo, em seguida, conseguia dados e imagens pessoais das menores de idade e as chantageava para participar de calls (termo utilizado pelo aplicativo para se referir a chamadas de vídeo em grupo) com outros membros do servidor. Os grupos que operam esse tipo de crime no aplicativo são conhecidos como “paneleiros”.
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Nas transmissões, as vítimas eram obrigadas a fazer todo tipo de depravação, desde a se exibir nua a se cortar com facas, beber detergente e tudo mais que os membros mandavam, com a ameaça de expor fotos intimas das mesmas. Além disso, outras mulheres, também menores, gostavam de se exibir por vontade própria, mostrando vídeos de violência animal, sexo e estupro. O grupo também compartilhava imagens de pedofilia, zoofilia e necrofilia.
King foi condenado pelos crimes de associação criminosa, estupro qualificado e coletivo, estupro de vulnerável e corrupção de menores. Também foram apreendidos outros quatro usuários menores de idade, apontados como membros que ajudavam a organizar as ações do grupo.
Apesar das investigações e prisões, ainda há relatos de que outros grupos, liderados por outros usuários, seguem atuantes na internet, tanto dentro do Discord quanto em outros aplicativos de mensagem e transmissão. O possível reaparecimento de King foi divulgado pelo canal de opinião Fey, dentro da plataforma Youtube, que na época ajudou a expor King e outros crimes ocorridos dentro do Discord.