O dentista Igor Palhano, de 30 anos, saía de moto do Park Shopping Jacarepaguá, na zona Oeste do Rio, na noite da quarta-feira (2), quando foi solicitado a mostrar a documentação do veículo e impedido de deixar o estacionamento do centro de compras por um funcionário sob a alegação de que o veículo seria roubado.
Ele ficou retido no local por cerca de meia hora e só foi liberado após não aparecer ninguém da administração do shopping ou do Serviço do Atendimento do Consumidor. Na ocasião, Palhano mencionou o pai, o humorista Mussum.
“Em dado momento falei: meu pai era um cara que brincava sempre com esse tipo de situação, levava na brincadeira, e que nunca acreditei que fosse passar por isso. Aí começaram a me tratar melhor”, lembrou ele que, mesmo assim, foi “conduzindo” por um segurança de moto até a saída.
Leia mais:
“Inventaram um crime”, diz vereador preso por racismo no RJ
Acusado de furtar bolsa em shopping vai pedir indenização por racismo
Na quinta-feira (3), um pouco mais calmo, Igor disse que conversou com um advogado especialista em racismo e que pretende levar a denúncia de que foi vítima de preconceito adiante.
“Ele me orientou a fazer um registro de ocorrência para especificar o caso para, na sequência, tomarmos as medidas cabíveis na área cível”.
O dentista conta que decidiu dar esse desfecho para a situação pensando no futuro do filho.
“Claro que já vi olhares estranhos, situações de chegar em uma clínica onde atendia e a pessoa perguntar se o dentista estava vindo atender, mas sempre fazia como meu pai, tentava brincar e passar por cima. Mas vi que a gente não pode deixar passar, senão daqui a uns anos, meu filho vai continuar sem poder andar em paz no shopping. É para no futuro, ele não passar por isso'”.
Via g1
