A facção criminosa venezuelana El Tren de Aragua atravessou a fronteira brasileira e já exerce influência em Roraima, com domínio confirmado em bairros de Boa Vista, a capital do estado. Aproveitando o aumento do fluxo migratório nos últimos anos, os membros da facção expandiram sua presença na região e articularam parcerias com facções brasileiras.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Roraima (MPRR), a facção já possui integrantes presos no sistema prisional do estado e lideranças estabelecidas à frente de bairros, como o 13 de Setembro e o São Vicente, em Boa Vista.
O agravamento da crise econômica e política na Venezuela favoreceu as intenções da facção, que se aproveitou da vulnerabilidade de milhões de venezuelanos, em fuga e em busca de asilo em outros países.
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Acordos com PCC e CV
Em Roraima, apesar dos registros de homicídios com a “assinatura” da Tren de Aragua – esquartejamento –, ainda não houve embates diretos entre a facção venezuelana e os grupos brasileiros também presentes na região, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC).
De início, a facção tentou estabelecer uma aliança com o PCC, visando o comércio de armas. Hoje, no entanto, a aproximação maior está com o Comando Vermelho, que se fortaleceu no estado, nos últimos anos, com dominação de áreas consideradas estratégicas, como locais de exploração do garimpo ilegal, a vila de Nova Colina, em Rorainópolis (RR), e alguns bairros de Boa Vista.
*Com informações do Metrópoles