Robson Cândido, ex-diretor da Polícia Civil do Distrito Federal, foi preso, preventivamente, na manhã deste sábado (4), em sua casa no Park Way, pelo crime de stalking. O delegado é acusado de usar a estrutura da corporação para perseguir uma mulher, que alega ter sido sua amante. A informação é do Metrópoles
Segundo o pedido de prisão feito pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), ao qual a reportagem teve acesso, Robson teria utilizado viaturas, carros-oficiais e celulares corporativos com o objetivo de obter informações sobre a vítima. Além disso, o processo aponta que o número da mulher estaria sendo monitorado ilegalmente.
A apuração do MPDFT ressalta que os investigados, entre eles, Robson Cândido e o delegado-chefe da 19ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Norte), Thiago Peralva, realizaram manobras nos autos de um processo criminal para inserir o telefone da mulher em um monitoramento ilegal. Os dois teriam colocado a vítima como alvo de uma operação policial em curso.
“A vítima não consta como investigada ou interlocutora de qualquer um os alvos da operação policial, o que indica que foi dolosamente inserida para que os representados tivessem conhecimento de sua localização em tempo real”, aponta trecho do trecho da decisão judicial.
Dois promotores do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (Ncap) do MPDFT e 20 policiais também cumpriram mandado de busca e apreensão nas dependências da 19ª DP, comandada por Thiago Peralva. Foram apreendidos computadores, HD, Go Pro e pen drives.
O MPDFT, por meio do NCAP e do GAECO, requereu a prisão preventiva do delegado Thiago Peralva, porém, o pedido foi negado pelo juiz que, como medida cautelar diversa, impôs o uso de tornozeleira eletrônica e o afastamento das funções. Além da delegacia, a casa de Peralva também foi alvo de busca e apreensão.
Entenda o caso
Robson Cândido deixou o cargo de diretor em 2 de outubro, após ser denunciado pela esposa e a outra mulher. Em seguida, ele se aposentou – o ato da aposentadoria do ex-diretor foi publicado no dia 17 de outubro.
Segundo a mulher, Robson não teria aceitado o término do suposto relacionamento e passou a persegui-la em diversos lugares. Ainda de acordo com o relato dela, o ex-diretor da PCDF “sempre demonstrava saber onde ela estava e o que fazia”.