A Justiça determinou que um ex-funcionário de uma siderúrgica em Minas Gerais seja indenizado em R$ 70 mil por assédio moral após perder um dedo em um acidente de trabalho e ser apelidado de “cotoco” e “cotó” por colegas. A decisão da 7ª turma do TRT-MG foi publicada nesta quarta-feira (19).
O acidente ocorreu em 2008, enquanto ele realizava um serviço de movimentação de carga, durante o expediente. Ao colocar a mão direita sob um equipamento, ele teve a mão prensada entre a máquina e a base de apoio, levando-o a perder parte dos dedos.
Uma das testemunhas ouvidas pela Justiça contou que após o acidentes, os gestores não tratavam o funcionário da mesma forma que anteriormente. “Ele recebeu apelidos (Cotó e Cotoco); mas não levava bem essa situação; (…). Os outros colegas que chamaram com tais apelidos estavam hierarquicamente acima e abaixo”.
Outra testemunha confirmou que o supervisor nunca aceitou os apelidos e reforçou que o funcionário não foi culpado pelo acidente, uma vez já foram registrados outros acidentes na mesma máquina com o mesmo tipo de sequela.
Além disso, o trabalhador informou que, após a perícia realizada em 2017, ocorreu uma piora psicológica. “Começou a não querer sair de casa e ficou muito nervoso e não conseguia ver as pessoas e houve tentativa de suicídio, no ano de 2018”. O ex-empregado informou que, atualmente, encontra-se em tratamento psiquiátrico e está aposentado por invalidez desde abril de 2021.
Para R$ 50 mil, e de R$ 15 mil para R$ 20 mil, em razão do tratamento dispensado pelos colegas, sendo seguido pelos demais integrantes do colegiado de segundo grau. O processo foi remetido ao TST para análise de recurso.