Com a maior extensão territorial do país e somando sete Estados, a região Norte é reconhecida pela magnitude de biodiversidade de sua fauna e flora. Engana-se, porém, quem acredita que esse reconhecimento termina nesse ponto. A região é também um dos grandes polos produtivos da agropecuária do Brasil e vem ganhando expressividade ano após ano. Por isso, teve atenção dedicada da 7ª edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agro – CNMA, que escolheu uma produtora rural para representar a mulher do Norte.
O evento, já tradicional no calendário do setor, traz essa novidade para 2022: as embaixadoras regionais.
“O objetivo é fazer com que consigamos alcançar e reunir a força das mulheres produtoras de todo o Brasil. Como a região Norte é um expoente produtivo não poderia ficar de fora dessa ação”, menciona a Show Manager, Carolina Gama, responsável pela organização do encontro que ocorrerá nos dias 26 e 27 de outubro, em São Paulo (SP).
Para cumprir essa importante tarefa foi escolhida a gestora de agronegócio à frente da Fazenda Maria Júlia, localizada em Paragominas (PA) , Renata Cardoso Salatini (foto). “Fazendas são empresas e devem ser tratadas com seriedade preservando cada vez mais o profissionalismo. Atualmente, as oportunidades de trabalho para mulheres no campo estão muito atrativas e é preciso um movimento constante para permanecer na atividade. É importante ter um networking ativo, participar de ações sérias que prezem pelo desenvolvimento profissional e capacitação”, inicia a profissional falando sobre a importância do encontro nacional.
De acordo com Renata, o evento faz sentido também em um momento de ascensão feminina no comando das propriedades. “Entre os diferencias de trabalho da mulher considero como ponto alto a organização, a maior capacidade de ouvir e de resolver problemas. Uma gestão detalhista, ágil e flexível”, destaca adicionando que em nenhum momento o resultado do trabalho deixa a desejar quando comparado ao do homem.
Para ela, as exigências e habilidades do ambiente empresarial estão cada vez mais voltadas para as relações humanas e a mulher tem essa vantagem: “as empresas buscam cada vez mais um olhar sociável e humano para o ambiente de trabalho e a mulher consegue avaliar com amplitude, colocando em prática questões que antes eram consideradas fraquezas (delicadeza, intuição, sensibilidade). Homens e mulheres podem assumir posições de liderança, trabalhar juntos e agregar valor à empresa e ao agronegócio sem favorecer ou desmerecer nenhuma das posições”, acredita.
Diante disso, a embaixadora da região Norte reforça o convite para que as produtoras se façam presentes para que a troca de conhecimento fortaleça os negócios locais. “O trabalho no campo requer conhecimento, disciplina e informação. O evento une essas necessidades”, diz Renata Salatini.
Para Carolina Gama, o Norte está muito bem representado pela embaixadora e a expectativa é que a força feminina produtora dos sete Estados se façam presentes nos dias 26 e 27 de outubro, no Transamerica Expo Center, em São Paulo (SP). As inscrições podem ser feitas pelo site https://www.
Ascensão do Norte
Não que se faça necessária qualquer apresentação, mas a região Norte vem em ampla progressão em sua relação com o agronegócio. As exportações de soja e milho pelos portos do Arco Norte, por exemplo, totalizaram 42.3 milhões de toneladas em 2020, um aumento de 487,50% em relação a 2009, segundo um estudo divulgado pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Entre 2009 e 2020, a produção de grãos acima do Paralelo 16, que engloba as regiões Norte e Nordeste e parte do Centro-Oeste, cresceu 92,6 milhões de toneladas, o que representa uma alta de 165,3%.
A região ainda figura no top três quando o assunto é cabeça de gado. O Pará ocupa hoje o terceiros lugar no ranking nacional da pecuária, com um rebanho de aproximadamente 22 milhões de cabeças, conforme último levantamento do IBGE.
A localidade ainda foi na contramão do tombo histórico de 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, em 2020: a região Norte não só não retraiu como cresceu 0,4%, segundo o Banco Central (BC).