Mesmo com a iminência de um aumento na taxa de exportação do alumínio para os Estados Unidos, o dólar encerrou o pregão desta segunda-feira (10/02) com uma leve queda de 0,13%, cotado a R$ 5,78, após um dia de oscilações. Pela manhã, a moeda norte-americana chegou a atingir R$ 5,82, mas reverteu a tendência à tarde, fechando em baixa frente ao real.
As variações no câmbio foram influenciadas pelas novas ameaças tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump. No domingo (9), em entrevista a jornalistas no avião presidencial Air Force One, Trump afirmou que pretende elevar tarifas sobre aço e alumínio, o que pode impactar diretamente o mercado brasileiro.
Efeito Trump no mercado
O Brasil é um dos principais fornecedores de aço para os EUA, atrás apenas do Canadá. Em janeiro, os maiores exportadores do metal para os americanos foram Canadá, Brasil, México, Coreia do Sul e Alemanha. O Canadá também lidera o fornecimento de alumínio ao país.
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Durante seu primeiro mandato (2017-2021), Trump já havia imposto tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio. Na época, o Instituto Aço Brasil alertou que a medida poderia resultar no desligamento de fornos e em demissões no setor. No entanto, posteriormente, o republicano concedeu cotas isentas de tarifas para Canadá, México, União Europeia e Reino Unido.
Bolsa opera em alta impulsionada por grandes empresas
Apesar das incertezas no cenário internacional, o Ibovespa, principal índice da B3, operou em alta de 0,82%, atingindo 125.642 pontos às 17h. Pela manhã, o índice chegou a bater 126.360 pontos, com uma valorização de 1% às 10h30.
A alta foi impulsionada pelo desempenho positivo de grandes empresas, como Petrobras, Vale, Itaú, Bradesco e Ambev. Segundo a corretora Ativa, os destaques do pregão foram as ações da Automob (AMOB3) e Cogna (COGN3), que avançaram 12% e 5,92%, respectivamente. Gerdau (GGBR4) também registrou forte valorização de 5,81%.
A Gerdau, que mantém operações nos EUA, pode ser beneficiada caso as tarifas de Trump sejam implementadas, já que quase metade dos seus resultados vem do mercado norte-americano.
Já entre os destaques negativos do pregão, as ações da Azul (AZUL4) recuaram 2,65%, seguidas por Embraer (EMBR4) e Azzas (AZZA3), com quedas de 2,17% e 1,62%, respectivamente.