O dólar encerrou o pregão desta sexta-feira (14/2) em queda de 1,26%, cotado a R$ 5,6956, marcando a primeira vez desde novembro que a moeda americana ficou abaixo de R$ 5,70. O movimento de desvalorização reflete fatores tanto no cenário externo quanto interno.
No exterior, o mercado segue repercutindo o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a implementação de tarifas recíprocas para importações no país. A medida, que visa equilibrar as alíquotas cobradas pelos EUA às aplicadas por outros países sobre produtos norte-americanos, só deve entrar em vigor em 1º de abril, o que reduziu momentaneamente a pressão sobre o câmbio. No entanto, economistas alertam que o impacto dessas tarifas pode aumentar a inflação nos EUA, o que gera preocupações entre investidores.
No cenário doméstico, a pesquisa Datafolha, divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo, também influenciou o mercado. O levantamento apontou que 24% dos eleitores aprovam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto 41% reprovam sua gestão.
Trata-se do pior índice de aprovação dos três mandatos de Lula e da maior taxa de reprovação já registrada. O mercado financeiro interpretou esses números como um fator que reduz as chances de reeleição do petista, o que contribuiu para o alívio no câmbio.
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Além disso, dados divulgados pelo IBGE mostraram que a taxa anual de desemprego atingiu o menor patamar da história em 14 estados brasileiros em 2024, de acordo com a PNAD Contínua Trimestral.
Balanço do câmbio e mercado financeiro
Com o resultado desta sexta-feira, o dólar acumulou:
- Queda de 1,68% na semana;
- Recuo de 2,43% no mês;
- Desvalorização de 7,83% no ano.
Na quinta-feira (13), a moeda norte-americana havia registrado leve alta de 0,10%, sendo cotada a R$ 5,7684.
Ibovespa acompanha movimento e fecha em alta
O Ibovespa, principal índice da B3, também reagiu positivamente e subiu 2,62%, encerrando o dia aos 128.122 pontos.
Com esse desempenho, o índice acumulou:
- Alta de 0,19% na semana;
- Perda de 1,02% no mês;
- Ganho de 3,80% no ano.
Na véspera, o índice havia registrado um avanço de 0,38%, fechando aos 124.850 pontos.
A decisão de Trump sobre a política comercial dos EUA continua sendo monitorada de perto pelos investidores, já que pode impactar o fluxo de comércio global e a inflação americana. O memorando assinado pelo presidente norte-americano não especificou tarifas para países individuais, mas definiu uma diretriz geral de reciprocidade para aqueles que impõem barreiras ao comércio dos Estados Unidos.