Durante o evento “Crise climática e desastres como consequência do El Niño 2023-2024: impactos observados e esperados no Brasil”, de climatologistas do país, na Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (16/11), cientistas alertaram sobre o avanço da seca e calor no Brasil.
Os especialistas chamaram a atenção que essas condições ainda não chegaram no seu ápice, que deve ser alcançada à medida que o El Niño avança para o pico de sua atividade, prevista para dezembro deste ano.
A previsão, segundo eles, é que a seca na Amazônia se aprofundará, além de haver mais calor no Centro-Oeste e Sudeste e fortes chuvas no Sul. Preocupa a situação do Nordeste, já que a estiagem severa é dada como certa na região no início de 2024.
O coordenador-geral de Pesquisa e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), José Marengo, salienta que a situação se agrava.
“Teremos o prolongamento e acentuação da seca no Norte. Também no Nordeste, já há sinais de que a chuva vai atrasar, e haverá seca. Estamos avisando há meses, o cenário só piora. Os governos já deveriam estar preparados”, discursou.
Ano mais quente
Segundo a Organização Mundial de Meteorologia (OMM), 2023 deverá ser o mais quente dos últimos 125 mil anos devido as excessivas temperaturas climáticas simultâneas no país, com uma onda de calor no Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste; seca no Norte e fortes chuvas no Sul.
Marengo lembrou que não é só a intensificação do El Niño que distorce o clima. O Atlântico Norte permanece muito quente, em pleno inverno do Hemisfério Norte, influenciando as condições climáticas na Amazônia e no Nordeste.
De acordo com os cientistas, o Brasil atravessa extremos que, em anos de El Niño, costumavam acontecer no verão. A antecipação é um provável resultado da combinação do fenômeno com as mudanças climáticas.
*com informações Extra Brasil