Nesta quarta-feira (24/01), em nota, a filha do ex-sargento da Polícia Militar Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, afirmou que vai romper relações com o pai caso fique confirmado que ele cometeu o crime, em março de 2018. A informação é do jornal O Globo.
Na manifestação Mohana Lessa classificou a execução como uma “atrocidade”, que, segundo ela, “vai contra tudo” o que a família pensa.
“Com os últimos acontecimentos, o que posso falar em nome de toda família é que: SE ele realmente cometeu esse crime, com toda dor no meu coração, nós não poderemos mais ter qualquer tipo de relação com ele. Essa atrocidade vai contra tudo o que somos e pensamos. E, SE eu realmente perdi todo esse tempo tentando provar algo inexistente, não me restará escolha a não ser pedir que Deus o abençoe em sem caminho, que será longe do meu”, diz Mohana.
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A filha de Ronnie Lessa ainda destaca que o pai sempre lhe garantiu ser inocente e até a ajudou nas defesas dos processos.
“Me vi sozinha, com 22 anos, tomando conta de dois irmãos mais novos, indo visitar meu pai, minha mãe e meu tio na prisão toda semana, acompanhando mais de 8 processos todo dia, estudando cada detalhe e cada página do inquérito principal”
A família do ex-PM foi pega de surpresa depois da revelação, no último domingo, de que uma delação premiada de Lessa, em que ele aponta o mandante do crime, foi para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Como a colaboração tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ), isso indica que quem mandou matá-la tem foro por prerrogativa de função. Entre os nomes investigados pela polícia e pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) conhecidos até agora, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) Domingos Brazão é o único com tal privilégio.