O Ministério das Relações Exteriores (MRE) vai criar um grupo de trabalho (GT) em acordo com a Embaixada dos Estados Unidos, localizada em Brasília, para trocar informações sobre refugiados. O anúncio da parceria foi anunciado nesta quarta-feira (29/1). A iniciativa tem como objetivo acompanhar as condições de deportação dos brasileiros repatriados, garantindo segurança e integridade para os cidadãos.
A decisão foi tomada após uma reunião realizada na terça-feira (28/1) no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros.
Durante o encontro, o governo federal também anunciou a instalação de um posto de acolhimento humanitário no Aeroporto Internacional de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), para receber os brasileiros deportados. O terminal foi escolhido por ser o destino dos voos fretados pelo governo norte-americano nos últimos anos.
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A medida surge como resposta a um recente caso de deportação que gerou indignação. Na sexta-feira (24/1), um voo com 88 brasileiros enfrentou uma série de problemas, incluindo passageiros algemados durante toda a viagem, relatos de agressões por parte de agentes americanos, privação de comida e acesso a banheiros, além de falhas técnicas no sistema de ar-condicionado.
Esses problemas obrigaram a aeronave a fazer paradas não programadas, incluindo uma em Manaus, onde a Polícia Federal interveio, retirou as algemas e transferiu os deportados para um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) até Confins.
Este foi o primeiro grupo de brasileiros deportados desde a posse do presidente dos EUA, Donald Trump, que adotou uma política de tolerância zero contra a imigração ilegal. Na segunda-feira (27), a secretária de Comunidades Brasileiras no Exterior e Assuntos Consulares e Jurídicos do MRE, Márcia Loureiro, reuniu-se com o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, para discutir o tema. A convocação do Itamaraty é vista como um gesto diplomático que expressa o descontentamento do governo brasileiro com o tratamento dado aos deportados.
O grupo de trabalho busca evitar novos episódios semelhantes e garantir que os direitos dos brasileiros sejam respeitados durante o processo de deportação. A iniciativa reflete a preocupação do governo Lula com a situação dos cidadãos repatriados e o compromisso de assegurar um tratamento humanitário adequado.
(*)Com informações da Agência Brasil