Países de diferentes continentes já anunciaram o crescimento de número de crianças doentes, semelhantes aos casos presentes na China. O surto de pneumonia já foi relatado em países como; Estados Unidos, Dinamarca, Holanda, Suíça, Suécia, Irlanda, Inglaterra, Vietnã, Taiwan, Indonésia, Índia e Tailândia.
Com receio da propagação da doença respiratória, o governo de Taiwan recomendou inclusive que seus cidadãos evitem viajar para a China. Na Dinamarca, os casos de infecção por Mycoplasma pneumoniae cresceram 222% nas últimas cinco semanas.
A bactériada pneumonia conhecida como Mycoplasma pneumoniae é apontada como a causadora do aumento dos casos globalmente, porque é transmitida pelo contato direto entre pessoas doentes, por isso os surtos são frequentes em escolas, que poderia justificar a quantidade de crianças atingidas.
Os sintomas da doença respiratória causada pela bactéria costuma levar a casos de febre alta, persistente, além de falta de ar, mas nem sempre está associada à tosse forte, como é comum em quadros de pneumonia bacteriana causados por outros patógenos.
Uma pesquisa foi feita pela Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas e sugere que uma possível justificativa para o aumento global de casos da pneumonia bacteriana em 2023, é a redução de circulação que a bactéria teve durante a pandemia de Covid-19, especialmente em 2020. Como poucas pessoas tiveram contato com o patógeno no período, ficam vulneráveis à infecção agora.
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O que explica o aumento de casos de pneumonia?
Os microbiologistas ressaltam no artigo que a transmissão requer contato próximo e que o quadro motivado pela M. pneumoniae é atípico. A doença possui ciclos de infecção epidêmica a cada três anos.
“Vários fatores, incluindo a diminuição da imunidade coletiva ou a introdução de novos subtipos de bactéria na população, são responsáveis pela ocorrência periódica de epidemias. A mais recente ocorreu no final de 2019 e início de 2020 simultaneamente em vários países, predominantemente na Europa e na Ásia”, explicam.
A representante do Statens Serum Institut, da Dinamarca, Hanne-Dorthe Emborg, sustenta que o aumento observado já era esperado.
“Está acontecendo um surto generalizado, mas é comum que ele ocorra de tempos em tempos. Estávamos esperando desde 2021”, tranquiliza a especialista.
*com informações Metrópoles