Em mensagem de áudio divulgada hoje, 26, no Telegram, o líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, disse que a marcha do grupo em direção a Moscou, abortada após negociação com o governo russo, não tinha por objetivo derrubar o governo do presidente Vladimir Putin. A marcha foi realizada neste fim de semana e colocou a capital da Rússia, Moscou, em estado de “regime antiterrorista”.
No áudio, que dura 11 minutos, Prigozhin diz:
“O objetivo da marcha era evitar a destruição do ‘Wagner’ e responsabilizar os funcionários que, por meio de suas ações não profissionais, cometeram um grande número de erros”.
Foi a primeira vez que Prigozhin, que está em local ignorado, se pronunciou sobre o levante do grupo de mercenários. Ele afirmou ainda que recuou para “evitar um derramamento de sangue de soldados russos“.
Leia mais:
Primeiro-ministro russo fala de tentativa de motim no país e pede apoio a Putin
Líder do grupo Wagner recua ataque a Rússia
Uma das condições do acordo feito com o governo russo estabelecia que Prigozhin viveria em exílio em Belarus. Segundo a rede britânica BBC, o líder do grupo Wagner disse na mensagem de 11 minutos que o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, teria ajudado na negociação.
A rebelião do grupo mercenário ocorreu por vários fatores. Primeiro, Prigozhin estaria tendo desentendimentos com o Ministério da Defesa russo por conta da falta de armas e suprimentos de guerra para suas tropas. Depois, a relação ficou ainda mais estremecida após um suposto ataque russo a acampamentos do Wagner, que teria matado vários soldados do grupo.
Além disso, há um mês o Ministério da Defesa russo estabeleceu que tropas voluntárias e grupos paramilitares privados teriam que assinar contrato com o governo, e essa medida não agradou aos membros do Wagner. Depois de várias cobranças ao governo russo, Prigozhin subiu o tom, o que resultou no levante do Wagner.
Em seu áudio, Prigozhin disse ainda que sua marcha para a capital Moscou revelou diversos problemas na segurança do território russo.
Nesta segunda, o estado de “regime antiterrorista” em Moscou foi cancelado pelo prefeito da cidade.