Darya Trepova, de 26 anos, foi condenada pela corte de São Petersburgo a 27 anos de prisão por terrorismo, manipulação de explosivos e uso de documentos falsos relacionados com a morte do blogueiro Vladlen Tatarsky.
A sentença saiu nesta quinta-feira (25/01), ela havia sido presa após entregar uma bomba que explodiu nas mãos do blogueiro pró-guerra, no ano passado, matando-o. Trepova não demonstrou emoções ao ser condenada. Segundo a imprensa russa, a sentença foi a mais dura já proferida a uma mulher na história moderna do país.
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Tatarsky foi morto por uma bomba escondida dentro de uma estatueta com sua própria imagem, entregue a ele por Trepova como um presente. A entrega foi feita em uma cafeteria de São Petersburgo, onde ele discursava.
A jovem afirmou ter sido vítima de uma armação, e pensou que a estatueta continha um dispositivo de escuta, não uma bomba. Ela afirmou no tribunal que agia sob ordens de um homem na Ucrânia que conhecia como “Gestalt”, que mandou dinheiro e instruções para ela durante meses antes do atentado na cafeteria.
“Eu sinto grande dor e vergonha por minha credulidade e ingenuidade terem levado a consequências tão catastróficas. Eu não queria machucar ninguém. Sinto especialmente dor e vergonha pelo fato de um ato terrorista ter sido efetivado pelas minhas próprias mãos.”, disse ela no tribunal, dirigindo-se às pessoas que ficaram feridas no atentado que pediram grandes indenizações a ela.
A defesa argumentou que Trepova também era vítima, porque estava sentada a alguns metros de Tatarsky e poderia ela mesma ter morrido ou ficado ferida. E que depois da explosão ela entrou em pânico, já sabendo do risco de ser presa.
A promotoria, por outro lado, afirmou que ela sabia da bomba e que agiu deliberadamente com o objetivo de desestabilizar a Federação Russa e desacreditar a operação militar especial.