As Forças de Defesa de Israel interromperam o cessar-fogo e lançaram uma série de ataques aéreos contra a Faixa de Gaza na madrugada desta terça-feira (18/03), no horário local – ainda noite de segunda-feira (17) no Brasil. Essa foi a maior operação militar na região desde o cessar-fogo firmado entre Israel e o Hamas, em janeiro.
De acordo com o governo israelense, os ataques miraram alvos do Hamas e foram conduzidos em parceria com a Agência de Segurança de Israel, órgão de inteligência do país. O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu justificou a ação afirmando que o grupo palestino recusou-se a libertar reféns e rejeitou todas as propostas feitas até o momento.
Explosões e vítimas
Testemunhas relataram uma série de explosões em diferentes pontos da Faixa de Gaza, incluindo a Cidade de Gaza, Deir Al-Balah, Khan Younis e Rafah. Segundo médicos que atuam na região, ao menos 30 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas. A Defesa Civil de Gaza, controlada pelo Hamas, afirmou que 35 ataques aéreos foram registrados.
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Em resposta à ofensiva, Israel anunciou restrições para as comunidades próximas à fronteira com Gaza, incluindo a suspensão das aulas nesses locais.
Nos últimos dias, ataques menores já haviam sido registrados. No sábado (15/03), um bombardeio no norte do território palestino resultou na morte de pelo menos nove pessoas, segundo fontes médicas locais.
Cessar-fogo e negociações
O cessar-fogo entre Israel e o Hamas teve início em 19 de janeiro e previa três fases, incluindo a troca de reféns por prisioneiros palestinos. No entanto, a primeira fase da trégua expirou em 1º de março sem um acordo para prorrogação. Com isso, Israel interrompeu a entrada de ajuda humanitária em Gaza.
Atualmente, Egito, Catar e Estados Unidos atuam como mediadores para a retomada das negociações.
Conflito e crise humanitária
A guerra entre Israel e o Hamas começou em 7 de outubro de 2023, quando terroristas do grupo palestino invadiram Israel, matando 1.200 pessoas e sequestrando mais de 200. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva em larga escala na Faixa de Gaza para destruir a infraestrutura do Hamas.
Desde então, mais de 40 mil pessoas morreram no território palestino, segundo o Ministério da Saúde local, administrado pelo Hamas. O conflito se expandiu para outras regiões do Oriente Médio, com o envolvimento do grupo Hezbollah, no Líbano, e do Irã. Além disso, os rebeldes Houthis, do Iêmen, passaram a atacar navios comerciais no Mar Vermelho em retaliação às ações de Israel.
Na Faixa de Gaza, a guerra agravou uma crise humanitária, deixando milhares de pessoas desabrigadas e cidades destruídas.