O conflito que durou 15 meses entre Israel e o Hamas em Gaza foi interrompido nesta quarta-feira (15/1) após um acordo de troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos. A ação gerou expectativas para um possível fim da guerra que tem abalado o Oriente Médio.
“Um acordo para um cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns foi alcançado após a reunião do primeiro-ministro do Catar com os negociadores do Hamas e, separadamente, com os negociadores israelenses em seu escritório”, afirmou uma fonte próxima às negociações indiretas realizadas em Doha.
Nas redes sociais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou o acordo um dia antes do anuncio oficial. “Temos um acordo para os reféns no Oriente Médio”, declarou ele.
Trump não escondeu a vontade de iniciar o novo mandato nos EUA com a libertação dos reféns que estavam com os Hamas. Ele repetiu várias vezes que fosse feito um acordo, casos contrário, a situtação se tornaria “um inferno”, segundo pessoas próximas a ele.
Steve Witkoff foi escolhido pelo governo americano como um agente especial para essas negociações e trabalhou com a equipe do presidente norte-americano, Joe Biden para fazer com que o acordo fosse concretizado.
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Ataque no Ano Novo
Os ataques de Israel à Faixa de Gaza, realizados durante a virada do ano, resultaram na morte de 12 pessoas, segundo informações do Ministério da Saúde de Gaza. A maioria das vítimas são mulheres e crianças, intensificando a tragédia humanitária em uma guerra que já ultrapassa 15 meses.
De acordo com o Ministério da Saúde, um dos primeiros ataques israelenses ocorreu em Jabaliya, no norte de Gaza, uma das regiões mais afetadas pelo conflito. Nesse ataque, sete pessoas perderam a vida, incluindo uma mulher e quatro crianças, e outras doze ficaram feridas. O local tem sido alvo de uma intensa operação militar de Israel desde outubro.
Outro ataque, ocorrido durante a noite no campo de refugiados de Bureij, no centro de Gaza, deixou uma mulher e uma criança mortas. Os corpos foram levados ao Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, que confirmou as vítimas.
Na cidade de Khan Younis, localizada ao sul da Faixa de Gaza, um terceiro bombardeio matou três pessoas, conforme relatado pelos hospitais Nasser e European, responsáveis por receberem os corpos das vítimas.
As Forças Armadas de Israel justificaram os ataques como uma retaliação aos disparos de foguetes realizados pelo Hamas na região de Bureij. O conflito, que começou em 7 de outubro de 2023, teve como estopim um ataque coordenado do Hamas a Israel, que incluiu o sequestro de 250 israelenses. Atualmente, 100 reféns ainda estão detidos em Gaza.
Segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, as operações aéreas e terrestres de Israel desde o início do conflito já resultaram na morte de mais de 45 mil palestinos. A guerra também forçou o deslocamento de cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes da região, agravando a crise humanitária.
Jornalistas são mortos em conflito
Uma emissora de televisão palestina vinculada ao grupo Jihad Islâmica confirmou as mortes de cinco jornalistas do canal em um ataque israelense na Faixa de Gaza. O anúncio ocorreu no fim de dezembro de 2024.
“(o canal) chora por cinco jornalistas mártires, Faisal Abu Al Qumsan, Ayman Al Jadi, Ibrahim Al Sheikh Khalil, Fadi Hassouna e Mohammed Al Lada’a, que morreram em um ataque sionista contra um veículo de transmissão”, diz o comunicado.
A van de transmissão do canal Al Quds quando o veículo estava estacionado no campo de refugiados de Nuseirat foi atingido por um míssil israelense, de acordo com o comunicado da emissora.
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