A ativista ambiental Greta Thunberg foi deportada de Israel nesta terça-feira (10/6) e embarcou em um voo com destino à Suécia, conforme confirmação oficial do Ministério das Relações Exteriores israelense. O ministério divulgou fotos da ativista embarcando no aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, em sua conta oficial no X (antigo Twitter).
Na mesma manhã, o ministério informou que todos os integrantes do barco Madleen, que transportava ajuda humanitária à Faixa de Gaza, estavam detidos no aeroporto Ben Gurion, e seriam alocados em voos para retornar a seus países de origem. A deportação foi comunicada oficialmente, e aqueles que se recusassem a assinar os documentos de deportação seriam submetidos a julgamento perante autoridades judiciais de Israel.
Entre os tripulantes estava o ativista brasileiro Thiago Ávila, que teve sua volta ao Brasil confirmada pelo Itamaraty na mesma terça-feira. A embaixada brasileira em Israel está prestando apoio ao ativista no aeroporto, segundo nota divulgada no perfil oficial do ministério das Relações Exteriores no X.
Na segunda-feira (9/6), a secretária-geral do ministério, embaixadora Maria Laura da Rocha, recebeu a esposa de Thiago, Lara Souza, no Itamaraty. Deputadas federais Erika Kokay (PT-DF) e Natália Bonavides (PT-RN) acompanharam a reunião.
Em comunicado, o Itamaraty reafirmou o compromisso do Brasil com o Estado da Palestina.
“A secretária-geral reafirmou o compromisso nacional com o Estado da Palestina, reconhecido pelo Brasil em 2010, e sublinhou a importância da Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA), cuja Comissão Consultiva será presidida pelo Brasil”, disse o Itamaraty.
Veja fotos de Greta Thunberg sendo deportada:


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Entenda o caso
Thiago Ávila e Greta Thunberg estavam a bordo do Madleen junto com outros dez ativistas. A embarcação foi interceptada pelas forças israelenses no domingo (8), enquanto navegava rumo à Faixa de Gaza. O grupo tem como objetivo levar ajuda humanitária e romper o bloqueio imposto por Israel à região.
Thiago Ávila, além de ativista, é integrante do comitê diretor da Freedom Flotilla Coalition, uma coalizão internacional que organiza missões marítimas para desafiar o bloqueio israelense sobre Gaza. Ele também foi candidato a deputado federal pelo Psol nas eleições de 2022. O Madleen está sob a responsabilidade direta da Freedom Flotilla.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou que a interceptação do barco foi uma operação oficial e categorizou a ação dos ativistas como uma provocação midiática. Em sua declaração, o ministério ironizou o barco como um “iate de selfies” e afirmou que a embarcação e os seus ocupantes estariam sendo devolvidos em segurança aos seus países.
“Enquanto Greta e outros tentavam encenar uma provocação na mídia, cujo único propósito era ganhar publicidade –e que incluía menos de um caminhão de ajuda—, mais de 1.200 caminhões de ajuda entraram em Gaza vindos de Israel nas últimas 2 semanas. Além disso, a Fundação Humanitária de Gaza distribuiu cerca de 11 milhões de refeições diretamente para civis”, disse o ministério.
O ministério ressaltou que “há maneiras de entregar ajuda à Faixa de Gaza – elas não envolvem selfies no Instagram” e que os donativos do barco Madleen seriam transferidos para Gaza por canais humanitários oficiais e “reais”.
*Com informações de Poder360