A diplomacia brasileira busca cooperar para uma solução pacífica na disputa entre Venezuela e Guiana pela área da Guiana Essequiba. Num movimento que pode comprometer a estabilidade do continente, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, convocou para o dia 3 de dezembro, um referendo sobre a anexação da região, que representa metade do território guianense.
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De acordo com as informações do site Metrópoles, fontes dentro do governo brasileiro ouvidas afirmaram que o país “defende uma solução pacífica a essa controvérsia” e que busca “relembrar o compromisso de consolidação de uma Zona de Paz e Cooperação entre os Estados americanos”.
De acordocom o site, o Itamaraty trata o assunto de maneira reservada com os envolvidos e com outros atores regionais, tentando evitar que o debate público esquente ainda mais.
Nas redes sociais, o presidente venezuelano, que vive a pressão internacional para participar de eleições livres, tem feito publicações em defesa da incorporação de parte do país vizinho.
“Acreditamos profundamente no diálogo e no acordo baseados no respeito do direito inalienável e histórico que temos como Povo. A Guiana Essequiba nos pertence por herança e séculos de luta e sacrifício. Vamos construir a verdadeira paz e prosperidade para os nossos meninos e meninas”, escreveu Maduro sobre a região, que é rica em recursos como petróleo.
Tribunal em Haia
A situação na América do Sul é acompanhada pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), que se reuniu na última semana no Palácio da Paz, sede do tribunal em Haia, Holanda, para ouvir as representações das duas nações. O agente guianense na audiência, Carl B. Greenidge, repudiou a realização da votação nacional convocada pelo governo venezuelano.
“O referendo que a Venezuela marcou para 3 de dezembro de 2023 foi concebido de modo a obter um apoio popular esmagador, rejeitar a jurisdição e antecipar um julgamento futuro. Ao fazê-lo, querem minar a autoridade e a eficácia do principal órgão judicial”, disse o representante da Guiana.
Em resposta, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, acusou a Guiana de “colonialismo judicial” por ter recorrido contra a anexação no tribunal internacional.
“Viemos derrotar a pretensão do colonialismo judicial da Guiana, que instrumentaliza esta Corte para frear o que não pode ser interrompido. No dia 3 de dezembro, os venezuelanos votarão”, prometeu a venezuelana.
Com a convocação da votação na Venezuela, o processo ganhou importância e celeridade, pois tramitava desde 2018 na CIJ.
*com informações Metrópoles