Privolnoye é uma localidade com pouco mais de três mil habitantes no sul da Rússia que passaria perfeitamente despercebida se não fosse a terra natal de Mikhail Gorbachev. A morte do último líder da União Soviética, na semana passada, levou os habitantes locais a reabrir um baú de saúdades.
Maria Ignatova foi sua colega na escola, no nono ano, e lembra:
“um jovem alegre e inteligente, que tinha uma participação ativa na vida escolar e entrava em performances artísticas e que era ainda secretário da juventude comunista.”
As autoridades locais recordam que o Nobel da Paz de 1990 “ajudou muito a aldeia sempre que lhe foi pedido e foi decisivo para a construção da igreja.”
O filho de Privolnoye terá sempre um lugar especial na cidade natal dele, mesmo que o seu legado no país não seja consensual. A dissolução da União Soviética mergulhou a Rússia numa crise profunda e não falta quem aponte o dedo a Gorbachev pelas dificuldades vividas pelos russos.
O Kremlin também se distanciou do antigo líder e Gorbachev foi sepultado neste fim de semana sem o tradicional direito a um funeral de Estado e com a ausência do presidente Vladimir Putin.