O jornal Le Parisien analisa a situação da escassez de ajuda humanitária na guerra entre Israel e Hamas, que resulta em “uma população esfomeada” em Gaza. A reportagem do diário acompanhou o exaustivo trabalho da ONG Socorro Islâmico da França durante esses primeiros dias de Ramadã, o mês sagrado muçulmano, na maior operação de ajuda alimentar de sua história. O objetivo é enviar um carregamento de comida para saciar a fome de cerca de 100 mil pessoas no enclave palestino.
No entanto, o diário ressalta que o desafio vai muito além: “mais de um milhão de pessoas enfrentam uma situação catastrófica de fome” na Faixa de Gaza, diz Le Parisien, citando dados da ONU. Nos hospitais do enclave, a causa do falecimento de crianças vem sendo registrada como “morte por fome”.
“É muito pior do que vocês podem imaginar”, diz o palestino Riyad, um dos cerca de 50 membros da Socorro Islâmico da França que participa da operação da ONG em Rafah, no sul da Faixa de Gaza “em meio aos bombardeios israelenses”.
O jornal La Croix estampa sua capa com uma foto de escombros da cidade de Deir Al-Balah, no centro do enclave, após um bombardeio, no último 7 de março. Para o diário, a Faixa de Gaza é um território “arrasado” pela incessante ofensiva israelense após os ataques do grupo Hamas contra Israel, em 7 de outubro de 2023.
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A reportagem traz o mapa da destruição no enclave, onde quase 55% dos prédios foram destruídos. A área que mais sofreu com os ataques israelenses é a capital Gaza, onde quase 74% das construções vieram abaixo com os bombardeios, indica La Croix.
As chocantes imagens da devastação não parecem sensibilizar a alta cúpula do governo israelense. O jornal destaca as declarações da ministra israelense da Igualdade Social, Maya Golan, que, em 21 de fevereiro, diante do Parlamento do país, se disse “orgulhosa de ver Gaza em ruínas”.
“Como ela, soldados israelenses expressam frequentemente o sentimento de dever cumprido publicando nas redes sociais fotos deles em frente a prédios reduzidos a pó”, afirma La Croix.
A matéria também traz dados sobre essa destruição sem precedentes no território: 23 milhões de toneladas de escombros, 96% das infraestruturas agrícolas devastadas, bem como 84% das estruturas de saúde e 62% das estradas. “Danos injustificáveis que comprometem o futuro da população”, avalia o diário.
*Com informações RFI