Os presidentes sul-americanos Luís Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Gustavo Petro, da Colômbia, manifestaram ser favoráveis a um acordo entre o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e a oposição no país, antes de as eleições presidenciais serem realizadas. A declaração foi dada nesta quarta-feira (17/04), em Bogotá, após encontro bilateral durante visita oficial do brasileiro à Colômbia.
Segundo o presidente colombiano, Gustavo Petro, a sugestão é que o acordo seja referendado por um plebiscito.
“[Lula e Petro] Exortaram o governo e os setores de oposição a considerar a possibilidade de chegar a um acordo de garantias democráticas que possa ser referendado nas urnas. Reiteraram seu repúdio a qualquer tipo de sanções que unicamente servem para aumentar o sofrimento do povo venezuelano”, diz declaração conjunta entre Petro e Lula divulgada pelo Palácio do Planalto.
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O brasileiro e o colombiano criticaram o presidente venezuelano por impedir que a sua adversária, Corina Yoris, dispute as eleições do país. Os dois presidentes também se manifestaram a favor de a Venezuela e a Guiana continuarem dialogando para alcançarem “soluções diplomáticas”. A disputa entre os países, que dura mais de 1 século, está relacionada à região de Essequibo.
Ao final do encontro, Lula e Petro falaram à imprensa sobre as eleições venezuelanas. O colombiano falou sobre uma proposta para garantir a pacificação interna da Venezuela após o resultado das eleições do país.
“[A proposta] tem a ver com a possibilidade de plebiscito nas eleições que se avizinham, que garanta um pacto democrático, que garanta para quem quer que perca, a certeza e a segurança sobre sua vida, seus direitos e garantias políticas que qualquer ser humano deve ter em seu país”, disse Petro, sem entrar em detalhes.
Lula disse que “se depender da Colômbia e do Brasil, esse continente continuará sendo uma zona de paz. Porque somente a paz é que traz progresso, a guerra traz morte e destruição e isso não nos interessa”, afirmou o brasileiro, encerrando a interação com jornalistas.