Ataque do Irã: Embaixador diz que Brasil desaponta ao não condenar ofensiva contra Israel

O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, disse neste domingo (14/4), estar desapontado com o posicionamento do Itamaraty diante do ataque com drones e mísseis realizado neste sábado pelo Irã. Zonshine esperava uma manifestação mais enfática.

Zonshine disse que o Brasil não pode aceitar o ataque “terrorista” praticado pelo Irã contra Israel. O embaixador ainda afirmou que espera que o Conselho de Segurança da ONU condene o ataque e aprove sanções, além de definir a Guarda Revolucionário do Irã como terrorista.

“Fiquei muito desapontado. Acho que quando há este tipo de ataque, de um país em seu território contra outro país, e o Brasil aceita isso, ou pelo menos não condena, me deixa muito desapontado. Espero que não continuem com este tipo de mensagens”, afirmou Zonshine.

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Questionado sobre se a postura do Brasil poderia reacender o mal-estar entre os dois países, Zonshine acrescentou que a pergunta deveria ser feita ao Itamaraty. “É uma situação muito clara, e não conseguiram condenar um ato terrorista”.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil disse acompanhar com “grave preocupação” os desdobramentos do ataque. A ofensiva, confirmada pelos dois países, é uma retaliação ao bombardeio israelense contra o consulado iraniano na Síria, no início do mês.

Sem defender Irã ou Israel, Brasil citou ‘potencial destrutivo’ dos ataques. Em nota divulgada neste sábado (13), o Itamaraty lembrou já ter sinalizado a possibilidade de as hostilidades na região se espalharem para países vizinhos, como Cisjordânia, Líbano, Síria, Iêmen “e, agora, o Irã”.

Ministério das Relações Exteriores também fez apelo aos envolvidos. A pasta pediu a Irã e Israel que “exerçam máxima contenção”, isto é, evitem causar mais danos a civis, e convocou toda a comunidade internacional a “mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada” do conflito.