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Arquivos sigilosos sobre assassinato de John F. Kennedy citam Brasil

Agência de Inteligência dos EUA afirma que China e Cuba ofereceram ajuda a governador brasileiro no período da Guerra Fria

Após ordem de Donald Trump, o governo dos Estados Unidos liberou milhares de registros relacionados ao assassinato do ex-presidente John F. Kennedy (JFK).

O republicano assinou uma ordem executiva assim que assumiu o cargo determinando a divulgação de milhares de arquivos relacionados às mortes de Kennedy, Robert F. Kennedy e Martin Luther King Jr.

O Brasil é citado em alguns registros liberados. Um dos documentos trata sobre uma oferta de auxílio de China e Cuba em 1961, e outro sobre influência de Cuba e a “operação de propaganda” do país caribenho.

Oferta de auxílio de China e Cuba

Segundo um dos arquivos, datado de 1961, Mao Tsé-Tung, então líder do Partido Comunista da China, e Fidel Castro, então primeiro-ministro de Cuba, ofereceram “materiais, “suporte” e “voluntários” para Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul, em agosto daquele ano.

Na ocasião, Brizola estava liderando os esforços para sucessão de poder no Brasil após a renúncia de Jânio Quadros, como é ressaltado pelo documento produzido pela CIA, a agência de Inteligência dos EUA.

De acordo com o Senado Federal do Brasil, citando historiadores, Quadros planejou o que chamaram de “autogolpe”, pois não esperava que a renúncia fosse aceita e que, com o clamor de autoridades e da população, ganhasse mais poder em seguida.

Trecho de documento da CIA sobre oferta de ajuda de China e Cuba para Leonel Brizola • Dibulgação/Arquivo Nacional dos EUA
Trecho de documento da CIA sobre oferta de ajuda de China e Cuba para Leonel Brizola • Dibulgação/Arquivo Nacional dos EUA

Entretanto, os parlamentares teriam compreendido “as intenções de Jânio Quadros e agiram para abortar o plano golpista”, aceitando a renúncia e trabalhando para a posse do vice-presidente João Goulart — que foi deposto em 1964 com a Ditadura Militar.

O arquivo da CIA pontua que Brizola apenas agradeceu a oferta de ajuda dos líderes de Cuba e China, mas acabou a recusando. De acordo com a CIA, o governador não queria levar a crise no Brasil ao cenário internacional.

Um oficial da agência destacou à época: “Brizola obviamente estava com medo de que, se as ofertas fossem aceitas, os Estados Unidos pudessem intervir”.

Por fim, o documento ressalta que a oferta de auxílio de Fidel Castro foi descoberta e relatada pela imprensa, enquanto a de Mao Tsé-Tung, não.

Ações “subversivas” de Cuba no Brasil

Um outro documento, datado de julho de 1964, relata o que seriam “esforços de subversão de Cuba na América Latina” desde julho de 1963.

O arquivo afirma que o governo do país caribenho acreditava que era possível fazer uma “segunda Cuba” na Venezuela. Ele pontua que Che Guevara afirmou à época que a disseminação da “revolução” era “nossa responsabilidade e é parte de nossa preocupação diária”.

Documento dos Estados Unidos aponta para “ações subversivas de Cuba” no Brasil • Divulgação/Arquivo Nacional dos EUA

Além disso, destaca que “evidências apresentadas no índice de acompanhamento de cada país mostram que Cuba continuou, desde o início do ano, a promover o financiamento e, de outra forma, a apoiar grupos pró-Castro, como indivíduos na Argentina, Brasil (antes da revolta de abril), Chile, Panamá, Guiana Britânica e outros países”. Ao se referir à “revolta de abril”, o documento diz respeito ao golpe militar.

Em outro trecho, o arquivo diz que a derrubada do então presidente João Goulart com a ditadura no Brasil foi uma “derrota severa” para Cuba.

Documento dos Estados Unidos aponta para “ações subversivas de Cuba” no Brasil • Divulgação/Arquivo Nacional dos EUA

Na parte que aborda especificamente o Brasil, o documento diz que, antes da queda de Goulart, Cuba estava envolvida em “atividades subversivas” no país, providenciando “fundos”, treinamento de guerrilha e apoio de propaganda para grupos comunistas e pró-comunistas.

Essas operações aconteceriam, principalmente, a partir da embaixada cubana no Rio de Janeiro. Ainda segundo os americanos, o embaixador do país teria dito reservadamente que Brizola teria as “melhores perspectivas para iniciar” uma revolução.

Documento dos Estados Unidos aponta para “ações subversivas de Cuba” no Brasil • Divulgação/Arquivo Nacional dos EUA

“Cuba também manteve operação de propaganda substancial no Brasil, principalmente pelo escritório local da Prensa Latina”, comenta o documento.

“O Brasil também foi usado como área de trânsito para alguns subversivos latino-americanos que retornavam aos seus países após terem recebido treinamento em Cuba”, adiciona em outro trecho.

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