O governo da Alemanha alertou nesta segunda-feira (12/5) que países europeus começarão a preparar uma nova rodada de sanções contra a Rússia caso Moscou não aceite imediatamente um cessar-fogo de 30 dias na guerra contra a Ucrânia. A exigência, feita pelas quatro maiores potências da União Europeia, começou a valer nesta segunda, e o prazo para cumprimento termina ao final do dia.
“O tempo está passando. Ainda restam 12 horas para que a Rússia cesse as hostilidades. Se isso não ocorrer, daremos início à preparação de novas sanções”, afirmou um porta-voz do governo alemão durante coletiva de imprensa em Berlim.
Apesar da proposta europeia e do apoio de Kiev ao cessar-fogo, as forças russas intensificaram os ataques no leste da Ucrânia. De acordo com o comando militar ucraniano, dezenas de bombardeios ocorreram ao longo da linha de frente, além de um ataque noturno com mais de 100 drones, o que mantém os combates em ritmo semelhante ao dos dias anteriores.
Enquanto isso, no campo diplomático, o presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou implicitamente a proposta europeia e sugeriu a retomada de negociações diretas com a Ucrânia na Turquia. Em resposta, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse estar disposto a viajar pessoalmente a Istambul para um possível encontro com Putin, mas até o momento o Kremlin não respondeu à oferta.
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Os dois líderes não se reúnem desde dezembro de 2019, antes do início da invasão russa em larga escala. Ambos evitam contato direto desde então e mantêm uma relação marcada por hostilidade mútua.
Nos bastidores, analistas apontam que Rússia e Ucrânia buscam mostrar boa vontade com o processo de paz diante do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A Ucrânia espera garantir mais apoio militar de Washington, enquanto Moscou vê uma chance de aliviar sanções e restabelecer laços econômicos com a maior economia do mundo.
A União Europeia, por sua vez, tenta equilibrar a pressão contra a Rússia com a preservação de canais diplomáticos com Trump, na tentativa de mantê-lo engajado com a defesa da Ucrânia, considerada fundamental para a segurança do continente.