Você conhece a síndrome de Asperger? Saiba como identificar condição precocemente

Apesar de a síndrome de Asperger não ser mais reconhecida como uma categoria diagnóstica independente desde 2013, ela continua sendo um componente importante do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa condição é caracterizada por dificuldades nas interações sociais, padrões repetitivos de comportamento e interesses restritos, afetando a vida de muitas pessoas desde a infância até a fase adulta.

Pessoas com Síndrome de Asperger enfrentam desafios significativos na comunicação e na compreensão de normas sociais. Entre as características típicas estão:

• Dificuldade em interpretar normas sociais: Compreensão limitada de expressões faciais, sarcasmo e ironia.
• Interesses intensos e restritos: Concentração excessiva em um determinado assunto ou hobby, mantendo essa dedicação por longos períodos.
• Comunicação não-verbal comprometida: Dificuldade em manter contato visual e em decifrar gestos e expressões faciais.
• Comportamentos repetitivos: Presença de movimentos corporais repetitivos e uma insistência em seguir uma rotina rígida.

Esses desafios podem impactar a integração social e a capacidade de adaptação a novas circunstâncias, exigindo uma abordagem personalizada para cada indivíduo.

Diagnóstico

O diagnóstico da síndrome de Asperger é realizado por meio de uma avaliação clínica minuciosa, conduzida por profissionais especializados, como neuropsicólogos e neurologistas. Essa avaliação baseia-se na observação do comportamento e na aplicação de testes específicos. Embora os sinais iniciais geralmente apareçam na primeira infância, em muitos casos, por se tratar de uma condição leve, o diagnóstico pode ocorrer tardiamente – durante a adolescência ou mesmo na vida adulta, quando os sintomas começam a impactar mais significativamente as interações sociais.

Os fatores que contribuem para o surgimento da condição ainda não são completamente compreendidos. No entanto, acredita-se que elementos genéticos, neurológicos e ambientais desempenhem um papel crucial, influenciando desde atrasos no neurodesenvolvimento até particularidades na estrutura cerebral que podem ocasionar as dificuldades sociais e comportamentais.

Segundo dados da Associação Brasileira de Autismo (ABRA), aproximadamente uma a duas pessoas em cada 100 apresentam algum grau de transtorno do espectro autista. A síndrome de Asperger representa uma parcela significativa desses casos, ressaltando a importância de um diagnóstico preciso e de intervenções eficazes para melhorar a qualidade de vida dos afetados.

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Tratamento da síndrome de Asperger

Embora não exista uma cura para a síndrome de Asperger, o tratamento adequado pode proporcionar melhorias consideráveis nas habilidades sociais e na qualidade de vida dos pacientes. Entre as abordagens terapêuticas, destacam-se:

• Terapia Multiprofissional: Envolvendo profissionais como neuropsicólogos, terapeutas ocupacionais e educadores.
• Análise do Comportamento Aplicada (ABA): Focada na modificação dos comportamentos e na aquisição de novas habilidades.
• Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Auxiliando no manejo de pensamentos e comportamentos disfuncionais.
• Uso de Medicamentos: Prescritos para controlar comorbidades, como ansiedade ou depressão, frequentemente associadas à condição.

A intervenção precoce é considerada fundamental, pois quanto antes o diagnóstico e o tratamento forem realizados, melhores serão os resultados a longo prazo.

Apoio familiar

Marineth Grangeiro, psicóloga e responsável técnica da Hapvida NotreDame Intermédica, destaca a importância do apoio da família e das equipes multiprofissionais e educacionais. A especialista afirma que:

“A criação de um ambiente previsível, acolhedor e estruturado pode ser fundamental para ajudar a pessoa a se adaptar melhor às situações cotidianas. O apoio de uma equipe multidisciplinar e até mesmo da escola pode fazer toda a diferença no desenvolvimento, permitindo que ela tenha uma vida mais independente e socialmente ativa.”