Um trabalho realizado entre pesquisadores de São Paulo e Ceará, em parceria com a Universidade de Hong Kong, identificou uma nova variante do coronavírus em morcegos, semelhante ao vírus causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers, em inglês). Essa é a primeira vez que um coronavírus desse tipo é detectado no território da América do Sul.
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A pesquisa analisou sete amostras de coronavírus em cinco morcegos coletadas pelo Laboratório Central de Saúde do Ceará (Lacen), em Fortaleza. Os animais pertencem a duas espécies distintas, uma insetívora e outra frugívora.
Capacidade de transmissão e infecção da cepa
Ainda não há evidências de que a nova variante possa infectar humanos. Embora tenha semelhanças com a covid-19, a Mers não é considerada uma doença com alto potencial pandêmico. O coronavírus da Mers foi descoberto em 2012, na Arábia Saudita, tendo causado mais de 800 mortes em 27 países.
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O estudo faz parte do projeto “Morcegos: vigilância epidemiológica e busca de peptídeos em vírus emergentes”, apoiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), e foi publicado na última terça-feira (18/02) no Journal of Medical Virology, dos Estados Unidos.
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Síndrome Respiratória do Oriente Médio – Mers
A síndrome respiratória do Oriente Médio, mais conhecida por mers, é provocada pela cepa MERS-CoV. Ela foi identificada em um ser humano pela primeira vez em 2012, num homem residente na Arábia Saudita. Além dos sintomas conhecidos da gripe, o paciente também apresentou uma forma grave de pneumonia e problemas renais.
Além da Arábia Saudita, a Mers também foi identificada em alguns países do continente asiático, Europa, África e Estados Unidos. EM todos os casos, as pessoas identificadas haviam passado no Oriente Médio, onde a doença já havia sido identificada.